Emocionado, Kassab se despede da prefeitura de São Paulo

“Agora começo a sentir um vazio estranho”, disse Gilberto Kassab nesta terça-feira, 1º de janeiro, durante a cerimônia de posse do novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Em tom emocionado, o ex-comandante da prefeitura paulistana saudou seu sucessor, após ficar no poder sete anos seguidos — desde 2006.

— A três dias não vou à prefeitura, não assino o ponto... Aqui e agora ainda estou um pouco na banguela, muito ligado. Depois de quatro anos mergulhado no trabalho, confesso que agora começo a sentir um vazio estranho, perdido em memórias perdidas, e digo para mim mesmo: "Calma, Kassab", isso passará.

Confira as imagens da posse de Fernando Haddad em São Paulo

Com discurso nostálgico e balanço (obviamente) positivo, Kassab prestou homenagem a José Serra, de quem foi vice-prefeito há oito anos, e lembrou vários momentos e feitos à frente da prefeitura de São Paulo, nas áreas da saúde, habitação e educação. Em tom de comoção, o ex-prefeito também “evocou” sua luta contra o crack.

— Recordo a cena de outro embate que travamos e que o prefeito Haddad certamente enfrentará, que é a luta contra o crack. Testemunhei a dificuldade dos assistentes sociais em convencer dependentes químicos sobre a necessidade de se tratar. Lembro do frio de 3,4 graus na madrugada em que acompanhei, ao lado da minha vice, o recolhimento dessas pessoas. Fizemos um trabalho que nos orgulha.

Ao se despedir do posto que comandou desde 2006, Gilberto Kassab fez um balanço ligeiro de sua gestão e garantiu a Haddad: “Vocês viverão emoções e alegrias muito grandes”.

— Fizemos um raio-x, um mapeamento das áreas, e saímos de cabeça erguida, com a sensação de dever cumprido. É com a mesma transparência e lealdade que faço um alerta: deixamos R$ 6 bilhões em recursos, todos vinculados, mas a situação financeira da prefeitura é difícil. A dívida com a união é impagável. Nosso embate não é de hoje, não se trata de uma revelação. Mas a solução é necessária e urgente.