Exame descarta pólvora, mas polícia diz que arma estava na mão de menino suspeito de matar família
Delegado esclarece que a ausência de resíduos nas mãos não é determinante
São Paulo|Fernando Mellis, do R7
A Polícia Civil informou, na tarde desta terça-feira (6), que o exame residuográfico — que constata pólvora nas mãos — feito em Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, deu negativo. O garoto é o principal suspeito de assassinar os pais — que eram policiais militares —, a avó e a tia-avó, na zona norte de São Paulo. De acordo com o delegado Itagiba Vieira Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), a análise ainda é preliminar e o resultado definitivo deve sair dentro de um mês.
— Eu conversei hoje, informalmente, com o perito, e deu negativo o [exame] dele [Marcelo]. Mas isso não é importante porque uma grande porcentagem de exames não dá positivo mesmo. O residuográfico, se você der um tiro, às vezes, por condição da pólvora, da bala, da arma, não dá realmente positivo. É muito difícil.
A polícia diz que a pistola .40 usada pelo adolescente, e encontrada na mão esquerda sob o corpo dele, pertencia à mãe, a cabo Andreia Bovo Pesseghini. No entanto, de acordo com o delegado, ela não deveria portar aquela arma.
— A mãe tinha feito uma operação de coluna. Ela não poderia nem ter essa arma. Ela estava com restrição.
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O caso
Os cinco corpos foram encontrados no começo da noite de segunda-feira (5). Na sala da casa, que fica na Brasilândia, zona norte de SP, estava o sargento da Rota, Luis Marcelo Pesseghini; a mulher dele, a cabo Andreia Regina Bovo Pesseghini e o menino. Em uma casa no mesmo terreno, em uma cama, foram achados os corpos da mãe de Andreia e da irmã dela, tia da policial.
As investigações policiais indicam que o adolescente teria matado a família, entre a noite de domingo (4) e a madrugada de segunda-feira (5). Ele teria dirigido o carro da família até a escola onde estuda, a cerca de 5 km da casa. Uma câmera de segurança da região flagrou o jovem saindo do veículo.
Após a aula, ele pegou carona com o melhor amigo. O pai do garoto o deixou na frente de casa. Marcelo teria dito que não havia necessidade de chamar o pai porque ele estava dormindo.
O delegado Itagiba Vieira Franco comentou sobre a situação encontrada pelos policiais quando chegaram ao local.
— Desde o primeiro momento quando entrei na casa, eu já comecei, talvez pela experiência, a sentir que alguma coisa não estava batendo. Não era um homicídio usual.