O apartamento que foi cenário de um dos crimes de maior repercussão na história recente do Brasil foi vendido na semana passada. O número 62 do edifício London, na zona norte de São Paulo, foi o local de onde a menina Isabella Nardoni foi jogada em 2008.
Para conseguir vender o imóvel, a família Nardoni teve que reduzir o valor. Avaliado em cerca de R$ 600 mil, o apartamento foi vendido por R$ 470 mil. Os novos donos, um casal sem filhos, já começaram a fazer uma reforma no local.
A mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, aos poucos tenta superar a morte trágica da única filha. Ela está noiva e faz planos para formar uma nova família. Ana Carolina voltou a sorrir, mas a dor e a saudade da menina estão sempre presentes.
— Eu acho que superar é difícil. Essa ferida cicatriza, ela vai amenizando com o tempo. Aquela vontade diária de chorar, aqueles momentos de mais euforia — quando você fica mais desesperada — eles vão diminuindo e aí vai ficando aquela lembrança, aquela saudade, aquele momento mais gostoso. Mas você nunca deixa de ter aquele sentimento que você não tem mais, não pode mais pegar, não pode mais ver. Eu acho que é o que mais dói durante todo esse tempo.
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Quase cinco anos após a morte de Isabella Nardoni, mãe da menina fala sobre planos
Ana Carolina, que teve Isabella aos 17 anos, sonha em ser mãe de novo.
— [Ter outro filho] seria um outro momento muito feliz da minha vida, uma outra realização como mãe, mas sem a substituição da minha filha. Não existe substituição.
O caso
No dia 29 de março de 2008, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá iam para casa com Isabella e os dois filhos, quando a madrasta começou a agredir a menina dentro do carro, segundo as investigações da polícia. Já no apartamento, a Isabella é esganada e perde a consciência.
A polícia considerou que a menina foi arremessada ainda viva do sexto andar pelo próprio pai. O motivo seria criar um álibi — fazer os investigadores acreditarem que ela pulou ou foi jogada por terceiros.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados em 2010. Ele pegou uma pena de 30 anos de prisão e a madrasta foi condenada a 26 anos.
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