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Final de campeonato de poesia retrata realidade das periferias em SP

Poetas marginais recitaram sobre lutas e o empoderamentos na final do Slam Resistência

São Paulo|Do R7*

Mayara Vaz, uma das vencedoras do Slam Resistência de 2016
Mayara Vaz, uma das vencedoras do Slam Resistência de 2016 Mayara Vaz, uma das vencedoras do Slam Resistência de 2016

Desigualdade social, racismo, violência policial, homofobia, intolerância às religiões de matriz africana, machismo, pedofilia. Esses e tantos outros foram os temas de poesias na final do Slam Resistência de 2016, que aconteceu na noite da última segunda-feira (12), na praça Roosevelt, região central de São Paulo.

Para a final estavam classificados os 12 poetas e poetisas, vencedores dos duelos que aconteceram na primeira segunda-feira de cada mês.

As regras da competição são simples: três minutos para cada artista recitar sua poesia marginal, de autoria própria, sem auxílio de instrumentos musicais ou qualquer artifício que possa ajudar na performance. É só com o poder da palavra rimada. Cinco jurados avaliam com nota de zero a dez, sendo que a maior e a menor são descartaras.

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O criador e organizador do Slam Resistência, Del Chaves, este evento acontece na região central para dar a oportunidade dos moradores de várias periferias participarem. Além disso, o poeta ressalta que slam "vai muito além de uma batalha de poesias, é um ativismo cultural através da palavra".

Depois de uma hora de apresentação de poetas e poetisas que foram assistir ao último Slam Resistência do ano, quatro poetas e quatro poetisas começam a primeira fase da final. Cinco se classificaram para a segunda fase e, finalmente, Lucas Kóka, Lucas Afonso, Mariana Felix e Mayara Vaz chegaram à decisão.

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Lucas Kóka, estudante secundarista, finalista no Slam Resistência
Lucas Kóka, estudante secundarista, finalista no Slam Resistência Lucas Kóka, estudante secundarista, finalista no Slam Resistência

Três minutos para cada um tentar a última vaga no Slam BR - Campeonato Brasileiro de Poesia Falada. Em 12 minutos, as poesias contaram sobre cotas em universidades, falta de espaço na mídia para as lutas das "quebradas" e a caminhada das feministas contra a naturalização estupro.

"Aqui cada um transmite a sua essência, fala da sua etnia, da sua luta, empoderamento, fala das causas políticas. Aqui a gente bota para fora o que não nos agrada e também ressaltamos nosso orgulho pelo que somos", disse Robsoul Mensageiro, poeta e também organizador do Slam.

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Feministas empoderadas, Mariana e Mayara foram impecáveis na última rodada da final: cinco notas dez para cada. Kóka e Afonso perderam um décimo cada.

As duas foram consagradas campeãs do Slam da Resistência de 2016, pois, como Mariana já tinha a vaga no Slam BR garantida, Mayara ficou com a última vaga.

Campeã

A campeã e última classificada para o Slam BR, Mayara, tem 26 anos e conheceu o movimento de slans há um ano, graças a um amigo MC que participava de batalhas de rap.

"Através dos slans a gente consegue levar mensagens muito duras que a gente não acha na mídia podre, corrupta, que atinge a maior parte das pessoas", disse a poeta.

O Slam BR começa às 19h do dia 15 e vai até 18 de dezembro, no Instituto Itaú Cultural, na avenida Paulista. Serão 29 poetas e poetisas disputando a vaga brasileira na Copa do Mundo de Slam, que acontece na França.

*Com colaboração de Kaique Dalapola, estagiário do R7

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