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Fiscalização flagra trabalho escravo na produção de roupas da marca de luxo Le Lis Blanc 

Matéria do portal Repórter Brasil relata resgate de 28 pessoas, entre elas, uma adolescente

São Paulo|Do R7

Oficina em que eram costuradas as peças da grife de luxo
Oficina em que eram costuradas as peças da grife de luxo

Uma fiscalização realizada em junho deste em três oficinas que produziam roupas para a marca de luxo Le Lis Blanc flagrou costureiros trabalhando em condições análogas a de escravidão em São Paulo. Ao todo, 28 pessoas foram libertadas, incluindo uma adolescente de 16 anos. As informações são do portal Repórter Brasil.

De acordo com a matéria, as três unidades de produção eram “quarteirizadas”. Duas empresas intermediárias encomendavam as peças e as repassavam para a grife. Mas, para o auditor fiscal Luís Alexandre Faria, que participou da ação, a Restoque S.A, empresa dona da marca Le Lis Blanc, tem culpa em relação às condições degradantes a que os trabalhadores eram submetidos. Segundo ele, não só foi caracterizada terceirização da atividade fim, como ficou evidente a ligação direta da empresa com a organização da linha de produção.

Os costureiros ganhavam por produção e cumpriam jornadas de pelo menos dez horas diárias. Além de submetidos a condição degradantes, muitos dos resgatados estavam presos a dívidas, o que também configura escravidão contemporânea. Todos são bolivianos.

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Segundo os depoimentos dados ao Repórter Brasil, em média, o valor pago por peça variava de R$ 2,50 a R$ 7. Nos shoppings, as roupas com a marca Le Lis Blanc são vendidas por até cem vezes mais. Conforme informações disponíveis no site da empresa, uma calça da grife pode chegar a custar R$ 1.999,50.

A ação foi coordenada pelo SRTE/SP (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo) e envolveu também o Ministério Público do Trabalho, a Receita Federal, a Defensoria Pública da União, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do governo de São Paulo e a Polícia Civil. Quando a fiscalização foi feita, as oficinas estavam paradas, devido a um cancelamento repentino de encomendas.


Segundo a SRTE/SP, a diretoria da Le Lis Blanc assumiu a responsabilidade pelo caso, fazendo o registro e regularizando o pagamento de encargos de todos os trabalhadores. As indenizações pagas diretamente aos resgatados chegaram a cerca de R$ 600 mil, ainda segundo as autoridades. 

Procurada pela reportagem, a empresa afirmou: “Recebemos em 22 de julho de 2013 autuação do Ministério do Trabalho e Emprego envolvendo empresas que não conhecemos e com as quais não temos relacionamento. Tal autuação envolve valores estimados entre R$ 50 mil e R$ 150 mil. Cumprimos integralmente a legislação trabalhista nas relações com nossos colaboradores e tomamos os mesmos cuidados com nossos fornecedores. Analisaremos as bases de tais autuações e apresentaremos defesa oportunamente”.

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