Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Greve de motoristas para 12 garagens e dois terminais de ônibus

Paese não foi acionado pois é abastecido pelas próprias empresas paralisadas

São Paulo|Do R7, com Agência Record

Greve paralisa ônibus em São Paulo, na manhã desta quarta-feira
Greve paralisa ônibus em São Paulo, na manhã desta quarta-feira

Os paulistanos enfrentam mais um dia de transtornos no transporte coletivo nesta quarta-feira (21). A greve de motoristas e cobradores fechou 12 garagens de ônibus nas zonas sul e oeste de Saulo, de acordo com a SPTrans (São Paulo Transporte). São elas: Viação Sambaíba, Gato Preto, Via Sul, Santa Brigida, Vip Transportes e Campo Belo.

O Expresso Tiradentes também está parado por causa do protesto dos motoristas e cobradores de ônibus. Além disso o terminal Lapa, na zona oeste e o terminal Capelinha, na zona sul, estão parados. 

Mais cedo, os funcionários da Vip Transportes, na zona sul, atravessaram ônibus na avenida Guarapiranga para impedir a circulação de coletivos. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a via foi liberada por volta das 6h. 

Os trens do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) funcionam normalmente, segundo as empresas responsáveis pelo serviço. O que acontece, segundo a assessoria de imprensa, é que os passageiros têm dificuldade de chegar às estações por causa da paralisação dos ônibus.


Volta para casa sem ônibus faz paulistano enfrentar longas caminhadas, filas e falta de informação

Paralisação de ônibus deixa usuários a pé


Paralisação

Os motoristas e cobradores da Viação Sambaíba foram os que mais aderiram à paralisação, de acordo com a SPTrans. Ao todo quatro garagens da empresa estão fechadas. Os ônibus da Sambaíba trafegam nas ruas e avenidas da zona norte e centro de São Paulo, com uma frota de 1.250 ônibus, 115 linhas, transportando 780.000 passageiros pordia e 18.637.506 passageiro por mês.


Ainda de acordo com a SPTrans, também estão paralisadas três garagens da Viação Gato Preto, duas da Via Sul, na zona sul, uma da Viação Campo Belo, na zona sul, a garagem da Viação Santa Brígida, na zona oeste, e a garagem da Vip Transportes, na região da avenida Guarapiranga, também na zona sul.

O Expresso Tiradentes que liga o Mercado do Parque Dom Pedro até o terminal Sacomã também está paralisado por causa da greve. O terminal da Lapa, que fica na praça Miguel Del Erba, 50, no bairro da Lapa, está fechado desde a tarde de terça-feira (20).

De acordo com a SPTrans, não há como acionar um plano de emergência para atender à população porque o plano Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) é feito pelas próprias empresas que estão paralisadas.

As regiões norte e sul de São Paulo são as mais prejudicadas até o momento por causa da paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia e Tráfego), apesar das paralisações, o rodízio de veículos ainda está mantido na cidade. Por volta das 6h45, o motorista enfrentava 54 km de lentidão nas vias monitoradas pela empresa. As piores filas estavam nas zonas sul (21 km) e leste (16 km). 

Segundo dia Este é o segundo dia de greve de motoristas e cobradores de ônibus. Na terça-feira (20), a paralisação fechou vários terminais de ônibus e afetou 260 mil passageiros. Os grevistas fecharam os terminais Pirituba, na zona norte, Pinheiros e Lapa, na zona oeste, Princesa Isabel e Amaral Gurgel, no centro, e Sacomã, na zona sul.

Pelo terminal Pirituba, circulam, em média, 55 mil passageiros diariamente, em 28 linhas. No Pinheiros, são 30 mil usuários, que têm à disposição 26 itinerários. Já o terminal Princesa Isabel atrai 25 mil pessoas que se distribuem em 20 linhas.

O terminal Amaral Gurgel tem cerca de 58 mil passageiros por dia em 19 linhas de ônibus. Já pela Lapa passam 22 linhas e 55 mil pessoas diariamente. O Sacomã, por sua vez, tem 24 linhas.

Por volta das 13h, manifestantes que participavam do ato paravam coletivos na avenida Pacaembu e obrigavam os passageiros a descerem dos ônibus. Na avenida Eusébio Matoso, na zona oeste, dezenas de coletivos pararam por volta das 13h30 no corredor exclusivo ao centro da via. Centenas de passageiros foram obrigados a descer no meio da rua. Diversos ônibus também estavam parados nas avenidas Faria Lima e Rebouças por volta das 14h.

Funcionários da empresa Santa Brígida furaram pneus de oito ônibus na região central de São Paulo, em um protesto perto do largo do Paiçandu.

Motoristas das empresas Transppass e Gato Preto, que operam nas zonas oeste e sul, disseram à reportagem que estão insatisfeitos com a condução da campanha salarial pelo sindicato da categoria. Em uma assembleia realizada na segunda-feira (19), a entidade votou que aceitava o reajuste de 10% oferecido pelos patrões.

Investigação

Na segunda-feira (19), membros do Sindimotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) aprovaram em assembleia a proposta de reajuste salarial de 10% oferecida pelas empresas em que trabalham. Segundo Romualdo Santos, assessor da presidência do sindicato, a entidade está "surpresa" com a manifestação.

— É uma paralisação que não é reconhecida pelo sindicato, de uma minoria, cerca de 200 pessoas, que não estão satisfeitas com os 10% conquistados na campanha salarial. É uma arruaça. Estamos tentando fazer uma assembleia com esse pessoal.

De acordo com ele, as paralisações nos três terminais e no Largo do Paiçandu foram coordenadas por trabalhadores das garagens da empresa Santa Brígida. Conforme os ônibus de outras empresas e consórcios iam chegando às paradas, eles iam sendo obrigados a não sair.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse, na terça-feira, que a paralisação foi “um comportamento inesperado, inadmissível e incompreensível que a população venha a pagar por algo que ela sequer conhece”. Ele ressaltou que um acordo entre empresas e trabalhadores foi firmado na segunda-feira. A categoria aceitou 10% de aumento salarial e outros benefícios.

O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse que há indícios de que a ação tenha partido de uma parcela de sindicalistas descontentes com o acordo assinado.

— Tudo indica que tem um problema de divisão política dentro do sindicato e que extrapolou as funções do próprio sindicato.

Tatto se reuniu durante a tarde com o promotor de Justiça Saad Mazloun e pediu que o Ministério Público abra um inquérito civilpara apurar o caso. Segundo o secretário, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e a SPTrans vão levantar informações para compor um dossiê que vai direcionar as investigações. Ele também quer que as polícias Federal e Civil possam responsabilizar criminalmente os envolvidos na paralisação.

A SPTrans não soube informar o motivo exato da paralisação, mas, por meio de nota, disse repudiar "com veemência os fatos ocorridos, como a retirada de chaves dos coletivos, impedindo sua circulação", acrescentando que "considera os atos sabotagem ao sistema e irá agir com o rigor necessário à apuração e punição dos envolvidos e responsáveis".

A SPTrans divulgou ainda que acionou a Polícia Militar "e solicitará ao Ministério Público a apuração das responsabilidades sobre as paralisações registradas" durante a manhã de terça-feira.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.