Haddad desiste de obras do Arco do Futuro
Obras excluídas do projeto "são muito caras", afirma secretária municipal de Planejamento
São Paulo|Do R7, com Agência Estado
O prefeito Fernando Haddad desistiu das obras de apoio viário ao longo da marginal Tietê, um dos pilares do Arco do Futuro, promessa de campanha do petista. O anúncio foi feito durante a apresentação do modelo definitivo do Plano de Metas 2013-2016 na manhã desta sexta-feira (16), pela secretária municipal de Planejamento, Leda Paulani.
Paulani argumentou que a meta que previa abertura e alargamento de avenidas entre as rodovias Dutra e Anhanguera, ao longo da marginal Tietê, "são obras muitos caras" que foram pensadas para revitalizar o entorno do rio Tietê e que "o governo não teria condição de fazer." A secretária informou aos cerca de 200 presentes na audiência que eram obras do Arco do Futuro, mas que o projeto segue em andamento, apesar das alterações.
A meta previa intervenções nos bairros Vila Maria, Vila Guilherme, Santana, Tucuruvi, Casa Verde, Cachoeirinha, Freguesia do Ó, Brasilândia, Pirituba, Lapa, Sé e Mooca. As obras excluídas do Plano de Metas iriam ajudar a fazer a intersecção de dois eixos de desenvolvimento da cidade: as operações urbanas Diagonal Norte e Diagonal Sul, previstas no Plano Diretor de 2002, e o território do Arco do Futuro.
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O apoio sul seria uma nova avenida paralela à marginal, de 8,4 km, da avenida Santos Dumont à avenida Aricanduva. Ao norte, haveria outra via, de 17,5 km, interligando a via Dutra à região de Pirituba. Essas obras não estão mais no Plano de Metas. Por outro lado, o governo incluiu uma nova meta que prevê a construção de uma alça de acesso à avenida Aricanduva, sobre a marginal.
O próprio Haddad adiantou no mês passado que, após 45 consórcios apresentarem propostas para obras na parte norte do Arco do Futuro, o projeto principal de sua campanha seria alterado. Haverá mais áreas reservadas para habitações de interesse social, como para condomínios do Minha Casa Minha Vida, e menos obras viárias. No dia 19 de julho o prefeito adiantou que a proposta seria apenas "atualizada."
Durante a audiência na Câmara, a secretária municipal de Planejamento também informou que não haverá mais patrulha à noite dos PMs contratados pela prefeitura por meio da Operação Delegada. "Essa foi uma ideia que a população não recebeu bem nas audiências", justificou a secretária.
Um convênio assinado entre Haddad e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em março previa o uso de um terço do efetivo dos homens da Operação Delegada (1.745 soldados) na patrulha de bairros à noite. Mas boa parte dos PMs se recusava a fazer o bico oficial da prefeitura em bairros mais distantes — hoje eles ficam principalmente na região central, ajudando no combate ao comércio informal.