Homem é preso suspeito de "encoxar" e de tentar tirar calça de passageira em trem lotado da CPTM
Vítima teve o braço torcido e precisou ser levada ao hospital; homem foi surrado por passageiros
São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7
Um desempregado de 24 anos foi preso por suspeita de abusar sexualmente de uma passageira da linha 7-Rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O caso aconteceu na tarde desta segunda-feira (17), entre as estações Tatuapé e Luz.
De acordo com a polícia, a vítima, uma supervisora de 30 anos, estava dentro do trem lotado, quando o desempregado se posicionou atrás dela na tentativa de “encoxar” a mulher. Ainda conforme a polícia, em determinado momento, A.A.S. segurou no cós da calça da supervisora com a intenção de tirar a peça de roupa. Para se defender, ela agarrou a mão do homem, que torceu o braço direito dela. A mulher sofreu luxação e foi levada para o Pronto Socorro da Santa Casa. A informação é de que seria encaminhada ao Hospital Pérola Byington, referência no atendimento a vítimas de violência sexual.
Antes de gritar e ser socorrida pelos outros usuários do trem, a supervisora chegou a ser imobilizada. O homem colocou o órgão genital para fora da calça e ejaculou na mulher, segundo o delegado da Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista), Osvaldo Nico Gonçalves.
— Ele encostou a moça em canto, torceu o braço dela, quase quebrou, e chegou até a ejacular entre as pernas da moça.
Revoltados, os passageiros agrediram o suspeito. Ele foi detido por guardas ferroviários e levado à Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano), onde acabou autuado em flagrante por estupro. De acordo com o delegado, o suspeito revelou que acompanhava em uma rede social uma página sobre “encoxadores” da linha Rubi.
No último final de semana, o R7 denunciou a existência de grupos de molestadores que usam a internet para compartilhar experiências, marcar encontros e trocar imagens das vítimas e relatar casos de abuso sexual.
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"Não posso fazer nada"
O desempregado A.A.S., que cursa administração de empresas, alegou inocência. Ele apresentou a versão dele ao R7.
— No momento do trem lotado, acabei ficando “ereto”. Infelizmente, deu vontade de ejacular. Aí, para limpar, peguei o papel higiênico que uso no bolso. Só que na hora em que fui limpar, acabou espirrando e pegou na menina. Gerou toda essa confusão. Ela começou a me agredir.
O homem afirmou que foi a primeira vez que isso aconteceu. Disse ainda que não encostou na vítima.
— Ela começou a me bater e eu deixei de boa, porque estava errado naquele momento.
Ele negou estar vinculado a páginas em redes sociais sobre “encoxadores”. Contou que viu uma reportagem sobre o tema.
— A única coisa que eu fiz foi saber sobre isso. Eu pesquisei e fiquei sabendo.
Ao ser questionado sobre o flagrante por estupro, respondeu:
— É a versão dela [da supervisora] que está valendo. Então, não posso fazer nada.