Incêndios florestais na Europa acendem alerta para queimadas em São Paulo
Continente registrou temperaturas elevadas e tempo seco nas últimas semanas, o que favorece incêndios
São Paulo|Do R7
As últimas semanas têm sido marcadas por enormes incêndios florestais na Europa. Na região diversos países têm registrado altas temperaturas, com o calor extremamente elevado. Segundo as autoridades locais, o fogo atingiu 13 mil hectares de reservas florestais somente na França. A crise vivida lá desperta uma preocupação com queimadas também no estado de São Paulo, principalmente porque agora é o período de estiagem, marcado por tempo seco e baixa umidade relativa do ar.
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De acordo com a Defesa Civil, somente em 2021 as autoridades ligadas à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente registraram 5.025 focos de incêndio no estado. Para prevenir e combater as queimadas florestais, é realizada anualmente a Operação Estiagem.
A edição deste ano começou no dia 1° de junho e vai até 30 de setembro, acompanhando a fase vermelha (mais crítica) da Operação Corta-Fogo.
Os incêndios florestais são considerados uma das maiores ameaças à biodiversidade e conservação ambiental, causam a morte de animais silvestres, prejudicam a vegetação, aumentam a poluição do ar, diminuem a fertilidade do solo e podem levar à interrupção do fornecimento de energia elétrica.
Estudos mostram que a maior parte dos incêndios florestais é decorrente de ação antrópica — causada pelo homem, de maneira acidental ou intencional —, como as queimadas para fins agrícolas, queima de lixo, fogueiras, bitucas de cigarro e soltura de balões.
Além das operações que têm como objetivo prevenir esses focos de incêndio, a Defesa Civil realiza as Oficinas Preparatórias, voltadas para o treinamento e capacitação dos agentes municipais. Neste ano, 1.500 agentes foram capacitados, em 333 cidades do estado.
Nova ferramenta de monitoramento de queimadas
O órgão vem testando uma nova ferramenta de monitoramento capaz de identificar, em tempo real, áreas de queimadas em todo o território do estado. Essa nova tecnologia também emite alertas sobre as áreas que têm maior probabilidade de queimadas, classificando-as como alerta, alto ou baixo risco de queimadas.
O sistema utiliza dados e imagens de quatro satélites. A inteligência artificial cruza os dados e exibe aos operadores do sistema os focos de incêndio captados pelos equipamentos. Para mapear as áreas com maior risco de incêndio, o sistema utiliza diversas variáveis, como umidade do ar, temperatura, acumulado de chuvas e previsão para os próximos dias, vento e radiação solar.
Com esse cálculo é possível estimar o risco dos próximos cinco dias, o que permite a adoção de medidas preventivas contra queimadas.
A tecnologia possibilitou que o Corpo de Bombeiros agisse com efetividade no último dia 21 nas cidades de Campinas e Santa Bárbara d'Oeste. O primeiro foco atingiu uma área de plantação rural e o outro uma mata. Ambos foram combatidos e extintos logo no início.