Janeiro é o mês mais quente desde 1943 em São Paulo
Início do ano também teve recorde de umidade, com o menor índice em 20 anos
São Paulo|Do R7
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) anunciou, na tarde desta sexta-feira (31), o balanço das temperaturas de janeiro na cidade de São Paulo. O primeiro mês do ano foi o mais quente na capital desde que a temperatura começou a ser medida em 1943. Hoje, na estação do Mirante de Santana, zona norte da cidade, o calor chegou a 34,5°C.
Os termômetros ficaram acima do recorde de janeiro de 1984, que havia sido de 30,9°C. Hoje, a média histórica bateu 31,8°C. A marcação ainda pode aumentar em alguns décimos após o horário de observação (22h).
Segundo o instituto, o calor deste mês está associado aos baixos volumes de chuva registrados nas últimas semanas. Em São Paulo, não houve a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, responsável por dias mais nublados, úmidos e chuvosos. Também nouve houve a passagem de frentes frias que provocassem declínio nas temperaturas sobre o Estado.
Umidade
Além do desconforto, o forte calor deixa a umidade baixa e dificulta a formação de chuvas na região metropolitana e, principalmente, sobre as represas, cujo nível de água está baixo. Segundo a meteorologista Neide Oliveira, do Inmet, na quinta-feira (30) a umidade chegou a 24,4%, nível que, além de ser considerado baixo, empatou com a menor umidade registrada pelo instituto, também em janeiro de 1984.
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Ela explica que o está ocorrendo é um bloqueio devido a uma massa seca sobre o Estado.
— A umidade não está normal para essa época, que é uma época bem úmida. Está assim em função de um bloqueio. O sistema convectivo (responsável pela formação de chuvas mais intensas) chega até o sul e fica por lá. Ele chega até Santa Catarina e pega também o Mato Grosso do Sul, mas não chega até aqui por causa desse bloqueio de massa seca, formando um bolsão seco. A formação de nuvens ainda ocorre, só que em pontos bem isolados.
A movimentação de massas secas, quentes, frias ou úmidas é que define o clima e, como se trata de fatores em circulação, não tem como prevalecer um clima constante em todos os meses e anos.
As chuvas em São Paulo têm ocorrido do início da noite para a madrugada, isso faz com que as temperaturas cheguem ao seu ápice durante o dia, segundo Neide. Na opinião da meteorologista, a chuva não está fora do normal. A média de chuva histórica (desde 1943) é 265 mm e, até agora, choveu 238 mm.
— Só em dezembro que ficou abaixo, agora não. Está seco porque dezembro foi muito seco.