Jovem é baleado durante operação da PM na favela do Moinho
Família acusa policiais de agredir e atirar no rapaz dentro de um barraco
São Paulo|Gustavo Basso, do R7
Um jovem de 19 anos morreu após ser baleado durante uma operação da Polícia Militar na favela do Moinho, em Campos Elíseos, São Paulo, por volta das 10h desta terça-feira (27).
A mãe dele diz que o filho estava desarmado e mesmo assim foi morto pelos PMs.
"Eu perguntei: 'Por que vocês fizeram isso, meu filho era dependente químico, era alcóolatra, doente. Ele não era traficante'", disse Maria Odete de Souza.
"Ele foi torturado, martelaram a cabeça dele e deram tiro", acrescentou. A reportagem encontrou um martelo ensanguentado dentro da casa, e posteriormente, no necrotério da Santa Casa, observou marcas de agressão e cinco tiros no corpo de Leandro de Sousa.
Segundo testemunhas, a vítima se assustou com os tiros que estavam sendo disparados e fugiu para dentro de uma casa, onde foi baleada.
O Batalhão de Choque e a Rota estavam na região naquele momento.
Ao R7, o tenente Daffara disse que a vítima, antes da perseguição, teria atirado em uma viatura da Rota. Ainda segundo ele, os policiais encontraram um revólver calíbre 38 junto com Leandro.
Jovem morto por PMs na favela do Moinho tinha marcas de agressões
Leandro fugiu para dentro de um barraco, onde policiais o encontraram. Lucimar Oliveira Santana, que mora no barraco, foi levada pelos policiais para uma delegacia da região. O marido dela presenciou a ação e também acusa os PMs de matarem o garoto.
A circulação de trens na linha 8-Diamante foi interrompida entre as estações Júlio Prestes e Barra Funda durante a ação da polícia. Após o episódio, moradores protestaram na comunidade e chegaram a montar barricadas. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi até o local prestar apoio às famílias.
A Sala de Imprensa da Polícia Militar informou que foi chamada para atender várias ocorrências dentro da favela do Moinho. Ao chegarem ao local, houve troca de tiros e uma pessoa ficou ferida. A PM solicitou apoio do Choque e da Rota. Até o momento não há informação de presos.