Manifestantes já ocupam o vão livre do Masp em protesto contra a Copa do Mundo
Cartazes com mensagens contra a realização do mundial são exibidos na frente do museu
São Paulo|Do R7, com o Estadão Conteúdo
Manifestantes ocuparam o vão livre do Masp na avenida Paulista em São Paulo na madrugada deste sábado (25). O ato é integrado com a manifestação contra a Copa do Mundo previsto para acontecer nesta tarde.
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Os protestos também estão previstos para acontecer em outras capitais do Brasil. Pela rede social Facebook, mais de 4.000 pessoas haviam confirmado a presença em manifestação no Rio de Janeiro e mais 22 mil em São Paulo. Em Brasília, Vitória e Belo Horizonte, o número chega a 10 mil. A nova onda de manifestações é promovida por várias organizações sociais e amplamente divulgada nas páginas do grupo Anonymous no Brasil.
O texto na página dos eventos lembra que os gastos da organização do torneio aumentaram 285% em relação ao primeiro orçamento previsto e que a quantidade investida supera o que foi gasto pelos dois últimos anfitriões da Copa: Alemanha e África do Sul, juntos. Além disso, os organizadores das páginas afirmam que o superfaturamento nas despesas previstas se deve à corrupção nas instituições responsáveis da construção dos novos estádios que estão sendo construídos para a Copa.
Os manifestantes pedem que o orçamento nacional se reorganize para aumentar a despesa que o governo dedica à saúde e à educação, que atualmente correspondem a 4% e 3% do PIB (Produto Interno Bruto) respectivamente. Na opinião dos organizadores, a "precariedade da saúde pública" pode ser observada pelo "tamanho das filas e a quantidade de mortes por falta de atendimento em hospitais".
O comunicado acrescenta que "percebe-se que a necessidade de cuidar do povo brasileiro como principal tesouro do País não tem sido considerada". Os organizadores também pedem uma reorganização das prioridades nacionais para combater a violência já que, alegam, entre 1980 e 2010 cerca de "800 mil cidadãos morreram por disparos de algum tipo de arma de fogo".
Além disso, sustentam que o Brasil também deve se concentrar em combater o turismo sexual infantil, já que, segundo lembram, a Unicef afirmou "em dados de 2010, cerca de 250 mil crianças estavam se prostituindo". O manifesto termina pedindo aos turistas estrangeiros que não venham ao país "para não se decepcionarem" e sustenta que enquanto os brasileiros não tiverem "direitos", "não vai ter Copa".
No dia 8, a presidente Dilma Rousseff aprovou um decreto pelo qual a Secretaria-Geral da Presidência da República será reforçada com dois altos funcionários para reforçar o diálogo com grupos contrários à Copa.