Pouco mais de três meses desde o envenenamento das marmitas em Itapevi, na Grande São Paulo, Fábio Abraão de Araújo, de 11 anos, que está internado e teve sequelas neurólogicas após a ingestão do alimento, vai conseguir transferência médica. No dia 22 de julho, dois homens em situação de rua morreram e uma adolescente de 17 anos foi hospitalizada, mas já teve alta médica, depois de comer a marmita que continha chumbinho.
O pai do garoto, Flávio Araújo, está confiante agora porque o filho vai para uma unidade especializada em crianças para dar continuidade ao tratamento: "Tem de tudo lá no Hospital Cruz Verde, no Ibirapuera, médico para a cabeça, piscina pra fisioterapia. Já entreguei todos os documentos. Ele vai ser transferido às 9h da manhã desta terça-feira (27)".
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O garoto está no Hospital Geral de Pirajussara, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e o pai acusa a unidade de não dar a atenção necessária ao filho. Fábio inclusive estaria de alta, mas o pai entende que não há condições para isso e que o tratamento em casa seria complicado. "Ele não fala, não anda, usa fralda e só come por sonda", explica.
Flávio foi quem ofereceu a marmita ao filho e à namorada depois de recebê-la de um morador de rua.
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Investigação
Vagner Aparecido Gouveia de Oliveira, de 37 anos, e José Araujo Conceição, de 61 anos, viviam nas ruas de Itapevi, perto de um posto de gasolina, e morreram na hora. Um cachorro também morreu após ingerir a marmita envenenada.
O delegado já ouviu mais de 20 testemunhas sobre o caso, mas ninguém foi preso. Há três suspeitos em investigação.
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O laudo descarta que as marmitas tenham sido envenenadas dentro da cozinha onde foram preparadas para doação. A polícia considera a hipótese de vingança contra os moradores de rua.
Para Flávio Araújo, é urgente descobrir quem envenenou as marmitas: "Quanto mais tempo demora, mais difícil é pra prender quem fez isso".