Polícia investiga se marmita causou morte de moradores de rua
Segundo a Prefeitura de Itapevi (SP), o alimento estava contaminado mas não se sabe por qual substância e quem entregou a refeição para as vítimas
São Paulo|Elizabeth Matravolgyi e Isabelle Gandolphi, da Agência Record
Dois homens que viviam em situação de rua no município de Itapevi, na Grande São Paulo, morreram após comer uma marmita que estaria envenenada, durante a madrugada desta quarta-feira (22). Uma criança de 11 anos e um adolescente de 17 estão internados após terem contato com o mesmo alimento.
De acordo com a Prefeitura de Itapevi, ainda não se sabe qual substância teria causado o envenenamento e quem entregou as marmitas para as vítimas. Vagner Aparecido Gouveia de Oliveira, de 37 anos, e José Araujo Conceição, de 61 anos, foram encontrados já sem vida no local, junto com um cachorro, que também faleceu.
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Ainda segundo a prefeitura, os dois homens foram abordados por assistentes sociais, mas não aceitaram ir para o abrigo que fica no Ginásio do Centro de Iniciação ao Esporte, que recebe pessoas em situação de rua durante a pandemia do novo coronavírus.
Os homens teriam recebido as marmitas de pessoas independentes do órgão público. Uma terceira pessoa também recebeu o alimento e levou para sua casa, onde moram os dois jovens, também contaminados.
A criança, de 11 anos, está internada no Hospital Geral de Pirajussara e o jovem, de 17, está no Pronto Socorro Central de Itapevi. Ambos estão em estado grave.
A Guarda Civil de Itapevi acredita que há mais pessoas que tenham sido contaminadas e realiza buscas por possíveis vítimas. Nas marmitas, foram encontradas pequenas bolinhas pretas, que podem se tratar de "chumbinho", um veneno de rato. O caso está sendo investigado pela Delegacia Central de Itapevi.
Segundo a delegacia, não sabe se o alimento foi entregue na terça-feira (21). Os moradores de rua da região, por vezes, armazenam as marmitas para comer posteriormente. Foi solicitada urgência no laudo toxicológico.
Em nota, a Prefeitura de Itapevi reforça que conta com convênio e com entidades para receber os moradores de rua, mas nem todos aceitam ir para o local.