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Mesmo inocentado da acusação de estupro, ex-BBB diz que ainda sofre ofensas na rua 

Modelo fala das dificuldades para trabalhar no Brasil e da preocupação com a filha

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

"É preciso ter mais noção antes de apontar o dedo, antes de prejulgar", diz ex-bbb
"É preciso ter mais noção antes de apontar o dedo, antes de prejulgar", diz ex-bbb "É preciso ter mais noção antes de apontar o dedo, antes de prejulgar", diz ex-bbb

Dois anos depois de ser expulso da 12ª edição do Big Brother Brasil por suspeita de abuso sexual contra uma participante do programa, Daniel Echaniz afirma que ainda é hostilizado nas ruas, mesmo após o trancamento — por insuficiência de provas — do inquérito policial que apurava o caso.

Em entrevista ao R7, Daniel, que na semana passada foi absolvido de outra acusação de estupro de vulnerável, fala sobre a preocupação com a filha de um ano e três meses e sobre quanto o episódio do reality show atrapalhou a carreira de modelo e provocou danos à sua imagem.

— É preciso ter mais noção antes de apontar o dedo, antes de prejulgar. Só fale quando tiver certeza. Com “acho”, com “se”, você destrói a vida de uma pessoa.

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Confira a entrevista na íntegra.

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R7 — Como está sua vida? Você continua trabalhando como modelo?

Daniel Echaniz — Continuo trabalhando como modelo. Muito mais fora [do País] do que aqui, o que é para mim um pouco triste. Sempre trabalhei muito e muito bem aqui. Mas, voltando a dizer, o povo é hipócrita, preconceituoso, sim. Muitas das marcas que eu trabalhava não trabalham comigo mais por causa da imagem.

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R7 — Isso te magoa?

Daniel Echaniz — Óbvio que sim. Engraçado que tiveram algumas propostas de marcas para trabalhar comigo voltadas — acho que a mente às vezes é até maldosa — para coisa ligada ao sexo. Por exemplo, uma marca de camisinha me procurou para fazer comercial. Não tem nada a ver [...] Fora que eu perdi várias agências pelo mundo. Eu tinha várias agências. Por conta dessa história, todas foram quebrando os contratos comigo. Minha agência de Milão... Perdi várias. O que acho mais bizarro junto de tudo isso é que a maioria das pessoas que me prejulgou e que colaborou com a situação, nenhuma se retratou.

R7 — Você chegou a ser agredido ou hostilizado?

Daniel Echaniz — Agredido, não. Hostilizado, várias vezes. Criaram até música. Aquela: “Se dormir, vai tomar dormindo”. Uma vez, eu estava em um restaurante. Entrei, minha filha devia ter meses. Ao lado, havia três rapazes sentados. Aí, começou o burburinho. “Daniel, o big brother”. Aí, o cara: “É o estuprador”, ou seja, já não tenho nem mais nome. Meu nome virou “o estuprador”. Aí, começou: “Se dormir, vai tomar dormindo”. Por isso que eu falo: acho que não preciso nunca na minha vida ir ao psicólogo, porque sempre que escutei isso, respirei três vezes, e relevei. Só que nesse dia me incomodou muito. Primeiro: eu estava em um restaurante. Segundo: estava eu com minha família. Minha filha tinha meses. Então, acho que a pessoa tem que ter discernimento e pensar: “O cara não está sozinho”.

R7 — E o que você fez?

Daniel Echaniz — Cheguei à mesa e falei: “Pô, que legal isso, sua postura de homem está sendo muito boa. Se você esta querendo aparecer, você está conseguindo, só que da forma errada. Se você acha essa atitude sua muito engraçada, acho uma uma babaquice”. Acho que o que as pessoas têm que entender é que houve um erro de um prejulgamento. Esse prejulgamento já foi julgado pelas pessoas cabíveis, já fui inocentado.

R7 — Você tem medo de carregar esse estigma ao longo da sua vida?

Daniel Echaniz — Acho que eu, Daniel, não. Eu vou superar, como já superei. Eu acho que o que é feio é para minha filha. Agora, ela tem um ano e três meses. Mas vamos supor que daqui a algum tempo eu chegue para buscar minha filha [na escola] e algum pai ou mãe não vá com minha cara pelo estigma de estuprador e comece a falar: “Filha, você sabia que está na escola que o estuprador tem uma filha?” Aí, vai virar meio que um bullying e minha filha não tem nada a ver com isso.

R7 — Você se arrependeu de ter participado do programa?

Daniel Echaniz — Não. Eu fui convidado a entrar. Não era uma coisa que busquei, nunca mandei material, nunca quis entrar. Nas entrevistas no próprio BBB, eu falei que nunca tinha visto o BBB. Para não ser mentiroso, eu tinha visto alguns dias do primeiro, que foi o que o Bambam ganhou, alguns do Maxi e do Alemão, por causa de alguns escândalos que tiveram no programa.

R7 — E por que decidiu entrar?

Daniel Echaniz — Decidi entrar porque acho que eles me mostram uma coisa que foi um pouco real. Tipo, nenhum negro nunca ganhou o BBB. De fato, nenhum negro chegou nas quartas de finais do programa.

R7 — O que você fez embaixo do edredom com a Monique?

Daniel Echaniz —  Não muita coisa. Poderia até ter feito mais. Acho que a frase da Monique foi perfeita. Foi muito “aquilo na mão, mão naquilo e a gente com tesão". É fato. Você está bebendo, está com uma mulher que te atrai e a mulher está com um cara que a atrai, embaixo do edredom, vocês vão ficar se tocando.

R7 — Ela estava consciente do que fazia?

Daniel Echaniz — Estava. E de fato, e isso te falo abertamente: penetração não houve. Tanto que fizeram teste no edredom, na minha cueca, na calcinha da Monique para ver se tinha esperma. Não tinha nada, gente. Então, de fato, penetração não houve. Óbvio, mão, vai ter, isso é fato [...] O que eu achei mais bizarro foi como desde a direção do programa até as pessoas que me acusaram, que me apontaram o dedo na rua ou em até rodinha de bar... Qual era a prova cabal? Tinha alguma prova? Não.

R7 — O que você acha que aconteceu?

Daniel Echaniz — Não sei. Entra tanta coisa. Pode ser preconceito.

R7 — Você acha que houve racismo, por exemplo?

Daniel Echaniz — Não vou falar o que eu acho. Vou falar o que já escutei e escuto até hoje várias vezes por dia na rua, quando estou no mercado, quando estou em um bar [...]. Um: muitos acham que foi racismo, sim. Dois: acham que foi pelo fato de eu ter respondido ao Bial logo no primeiro dia. Ele me fez uma pergunta: se eu era a favor das cotas para negros no BBB ou, enfim, cotas, eu falei que não era a favor de cotas, como não sou até hoje para nada. Eu acho que cotas elas só têm que ser para deficientes físicos.

R7 — Você chegou a conversar com a Monique depois disso tudo?

Daniel Echaniz — Então, não. A gente, de fato, se encontrou na festa de encerramento do BBB, que foi quando a gente teve oportunidade de se falar um pouco. Falou muito pouco. Ela me pediu desculpas por todo o ocorrido, que nem ela tinha noção da imensidão do caso, mas depois dali, não. Não porque eu tenha algo contra ela ou ela tenha algo contra mim. Tenho certeza que não. E sempre falei isso. A Monique é tão inocente quanto eu nessa história. Inocente, quando digo, não é que nós somos inocentes. Ninguém é inocente. Volto a dizer, a gente foi para cama um com o outro porque teve vontade. Ficamos embaixo do edredom porque tivemos vontade.

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