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"Metrô trabalha com a sorte", afirma sindicato sobre falhas em trens da frota K

Trem que apresentou falha na terça-feira foi o mesmo que descarrilou em agosto de 2013

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Usuários reclamam nas catracas da estação Sé, onde o problema foi originado
Usuários reclamam nas catracas da estação Sé, onde o problema foi originado

O presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou que problemas com trens da frota K do Metrô de São Paulo, assim como o que aconteceu nesta terça-feira (4), são frequentes e podem se repetir a qualquer momento. Na avaliação dele, a companhia “está trabalhando com a sorte”.

— O problema pode ocorrer novamente? Pode ocorrer hoje, amanhã. Na verdade, já tínhamos falado para o Metrô. Eles estão trabalhando com a sorte. Se der sorte, não vai dar problema na frota K.

A falha de terça-feira aconteceu no fim da tarde, em horário de pico, e envolveu, segundo Melo, o trem K07, o mesmo que descarrilou em agosto de 2013, próximo à estação Palmeiras-Barra Funda. No último incidente, o problema foi verificado nas portas de uma das composições. A pane ocorreu quando o trem estava na estação da Sé e provocou a paralisação de todo o ramal em dez das 18 estações, durante cinco horas, das 18h19 às 23h22.

Logo após o defeito, os botões de emergência de sete trens que vinham atrás foram acionados, causando um “efeito dominó”. Passageiros andaram pelos trilhos e a energia precisou ser cortada. A circulação foi interrompida. Houve depredação e confusão.


— De acordo com informações que temos do centro de controle, dos companheiros nossos, foi o K07, na estação Sé, que teve um problema na porta. Infelizmente, este K07 é famoso por dar problemas de portas e diversas outras falhas. Demorou para resolver, porque a estação estava lotada. Aí, começou a desencadear problemas em outros trens, de parar no meio do caminho, de superlotação.

Segundo o presidente do sindicato, entre 10 de outubro e 9 de novembro do ano passado, foram registradas 696 falhas apenas nos sete trens reformados da frota K. Destas, mais de 300 foram no trem K07.


— São os trens reformados. A reforma foi muito mal feita e até agora, na prática, não se solucionou.

Entre os operadores, os carros dessa frota são chamados de “trem problema”, conforme Melo. Ele acrescentou que os trabalhadores temem pela própria segurança e a de usuários.


Em maio de 2012, o R7publicou reportagem sobre denúncia apresentada pelo sindicato ao Ministério Público do Trabalho da 2ª Região, apontando “falhas graves” em trens da frota K, da linha 3 – Vermelha.

No final do ano passado, o Ministério Público pediu a suspensão imediata de dez contratos de reforma de 98 trens do Metrô, que totalizam R$ 2,5 bilhões. Segundo o MP, os contratos apresentavam indícios de que houve irregularidade nas licitações para a escolha das empresas que fariam o serviço. No dia 31 de janeiro, o Metrô de São Paulo anunciou a suspensão por 90 dias dos contratos de reforma e manutenção de trens que estão sob investigação.

Reunião

Na próxima segunda-feira (5), será realizada uma reunião na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo para discutir o problema. Será ainda organizado um protesto contra a falta de segurança.

— Devido à ocorrência, estamos chamando uma reunião já na semana que vem. Vamos tentar fazer um ato em protesto à falta de segurança no sistema e vamos conversar com os trabalhadores para ver que medida tomaremos. Uma delas é reclamar para o Ministério Público e alguns órgãos de fiscalização do governo para que tomem uma atitude.

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