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Ministério Público optou por deixar polícia de fora em investigação sobre o PCC

Instituição não pediu à Justiça autorização para compartilhar informações do inquérito

São Paulo|Fernando Mellis, do R7


Secretário da Segurança Pública (foto) disse que cabia ao MP-SP pedir à Justiça autorização para compartilhar as provas
Secretário da Segurança Pública (foto) disse que cabia ao MP-SP pedir à Justiça autorização para compartilhar as provas JF DIORIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Por cerca de três anos o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) obteve, com autorização judicial, provas contra integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). As principais evidências são escutas telefônicas de integrantes do grupo criminoso, muitas vezes feitas de celulares de dentro de cadeias do Estado. Apesar de colaborarem, as Polícias Militar e Civil ficaram de fora das investigações conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Na segunda-feira (14), o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, anunciou que a pasta deverá receber cópias do trabalho dos promotores nesta terça-feira (15). O secretário comentou que isso não foi feito antes porque “cabia à instituição compartilhar” as provas.

— Essa investigação era conduzida pelo Ministério Público. A Secretaria da Segurança Pública, mais intensamente com a Polícia Militar, sempre deu apoio a essa investigação, mas a condução era do Ministério Público. Cabia à instituição compartilhar, no momento devido e que reputasse estrategicamente correto, as provas. Nós sabíamos da existência da investigação, porém, não tínhamos conhecimento do conteúdo dessas investigações. Isso agora que está sendo disponibilizado para nós. Então, agora que será possível tomar as devidas medidas.

Escutas indicam que PCC tem planos de matar o governador Geraldo Alckmin


Para que a Secretaria da Segurança Pública pudesse ter acesso às provas colhidas pelos promotores, o Ministério Público teria que solicitar à Justiça autorização para que elas fossem compartilhadas. Isso só aconteceu agora, após o Judiciário não aceitar a denúncia contra 175 pessoas, suspeitas de integrar a facção.

O Ministério Público de São Paulo foi procurado pelo R7, na noite de segunda-feira, para comentar o caso. A instituição deverá se pronunciar somente durante esta terça-feira. 


Facção criminosa tenta levar casos do PCC ao STF

Repercussão


A divulgação de algumas gravações telefônicas de conversas de membros do PCC — inclusive mostrando que a facção tem planos de matar o governador Geraldo Alckmin — não foi motivo para emitir um alerta aos policiais, segundo Grella. Já o comandante da PM, coronel Benedito Roberto Meira, antecipou-se e pediu cautela ao efetivo.

— Eu não posso permitir que o nosso efetivo corra qualquer tipo de risco. Eu, na condição de comandante-geral, fiz um alerta por meio de um áudio. Nós divulgamos por meio dos nossos Centros de Operações da PM, para que todos os policiais militares durante atendimento de ocorrência, durante deslocamento para ocorrências, durante estacionamento de viaturas e também no deslocamento para as suas residências redobrassem sua atenção, ficassem atentos para não serem surpreendidos por qualquer membro de qualquer facção.

Ele garantiu que no último fim de semana não houve registro de qualquer incidente envolvendo membros de facções criminosas e policiais militares. 

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