Moradores de favela da Penha migraram de comunidades incendiadas
O fogo na favela da zona leste deixou mais de 700 desabrigados
São Paulo|Fernando Mellis, do R7, com Agência Brasil
Parte das 358 famílias que moravam na favela da Fazendinha, na zona leste de São Paulo, já viveu em comunidades de São Paulo atingidas por incêndios, segundo o coordenador da Defesa Civil da Penha, Antônio Magalhães. Os barracos estavam em uma área da prefeitura ocupada há cerca de um ano e pegaram fogo na noite de quarta-feira (14).
Segundo Magalhães, pessoas com quem ele conversou nesta quinta-feira (15) mencionaram já ter morado em áreas ocupadas que foram atingidas por incêndios antes de chegar até a Fazendinha.
- Uma senhora me contou veio de uma favela que pegou fogo próximo à rodovia Fernão Dias, no fim de 2011.
Outros moradores faziam parte do grupo de cerca de 70 pessoas que perderam as casas no incêndio que atingiu a favela do Pau Queimado, na zona leste de São Paulo, em abril de 2010. Uma criança morreu naquela ocasião.
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Também havia entre os habitantes da favela da Fazendinha pessoas que moravam na favela da Tiquatira. Um incêndio em agosto de 2010 atingiu a comunidade e queimou cerca de 150 barracos.
A Prefeitura de São Paulo paga auxílio aluguel às famílias que são vítimas de incêndios em favelas, mas boa parte delas não opta por procurar uma casa e acaba voltando a ocupar áreas e construir barracos.
O terreno que abrigava a favela da Fazendinha é da prefeitura. A área é considerada insalubre por ter uma torre de alta tensão e ficar ao lado do córrego Aricanduva. Mais de 700 pessoas ficaram desabrigadas com o incêndio de quarta-feira, mas nenhuma delas aceitou ir para abrigos.
De janeiro a setembro foram registrados 33 incêndios de grandes proporções em favelas na capital paulista. O Ministério Público do estado investiga os casos. Um balanço feito pela Secretaria Municipal de Assistência Social indicou que 996 famílias perderam as casas por causa do fogo em favelas.