O delegado que investiga o caso do analista financeiro queimado por assaltantes no Brooklin, zona sul de São Paulo, falou, nesta segunda-feira (10), que tenta localizar o taxista que socorreu Marcelo Gonçalves da Silva, de 41 anos, após ele pular, em chamas do veículo, na noite da última sexta-feira. A vítima teve queimaduras de primeiro e segundo graus no rosto, pescoço e braços.
O objetivo, de acordo com o delegado José Antônio Ayres de Araújo, do 96º Distrito Policial (Brooklin), é saber como a vítima estava quando foi levada ao hospital e o que disse.
— Do taxista, a gente precisa ouvir em que circunstâncias ele socorreu a vítima, em que condições ela estava.
O objetivo também é saber se o analista falou algo ao motorista que possa ajudar nas investigações. A polícia não tem até agora o endereço onde ele foi abordado pelos assaltantes.
— Quando ele conversou com investigadores [no sábado], ele não soube especificar o local exato onde ele foi abordado. Ele fala que ele parou próximo de uma praça para poder encontrar um banco, que ele precisava fazer um saque. Logo que ele desceu do carro, foi abordado. Nós precisamos da localização exata onde ele estava para ver se tem câmeras perto.
O caso
Após ser abordado por dois homens que não estavam armados em uma rua paralela à avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, o analista financeiro foi colocado no banco de trás do carro com um deles enquanto o outro assumiu a direção. O criminoso exigiu dinheiro de Marcelo, mas ele disse ter apenas R$ 100, dinheiro que, segundo o delegado, não chegou a ser levado.
— Aí que ele fala que o rapaz jogou um líquido nele e com o isqueiro acabou ateando fogo.
Em chamas, o homem pulou do carro, na altura da ponte do Morumbi e pediu ajuda ao taxista, que passava pelo local. Ele foi levado ao Hospital São Luiz, também no Morumbi.
O carro de Marcelo foi encontrado algumas horas depois, incendiado, próximo à favela Real Parque e a poucos metros de onde ele conseguiu escapar dos assaltantes.
O hospital divulgou nota no fim da tarde desta segunda-feira informando que Marcelo passou, nesta manhã, por uma cirurgia para limpeza das áreas queimadas. Ele permanece internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com quadro de saúde estável e sem previsão de alta. O delegado disse que só espera ouvi-lo novamente quando o analista “estiver em condições”.