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Prefeitura de SP mantém imunização contra meningite na zona leste

Bebê de 2 meses e quatro adultos foram diagnosticados entre  julho e setembro; 19.790 pessoas já foram vacinadas

São Paulo|Do R7

Prefeitura de São Paulo intensifica a imunização em pessoas que moram e trabalham nas áreas afetadas
Prefeitura de São Paulo intensifica a imunização em pessoas que moram e trabalham nas áreas afetadas

Diante do atual surto de meningite meningocócica localizado nos distritos de Vila Formosa e Aricanduva, bairros da zona leste da capital paulista, a Prefeitura de São Paulo intensifica a imunização em pessoas que moram e trabalham nas áreas afetadas. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, a cobertura vacinal está sendo realizada no perímetro delimitado de 3 quilômetros dentro da região em que os cinco casos foram registrados.

Entre os dias 16 de julho e 15 de setembro deste ano, um bebê de 2 meses e adultos de 20, 21, 42 e 61 anos de idade foram diagnosticados com meningite meningocócica do mesmo tipo C. Entre os casos registrados, a mulher, de 42 anos, morreu em 2 de agosto.

Desde o dia 17 de setembro, já foram imunizadas 19.790 pessoas com as vacinas meningocócica C e ACWY na região dos distritos administrativos de Vila Formosa e Aricanduva. A vacinação ocorre em quatro UBSs (Unidades Básicas de Saúde) locais: UBS Formosa II, UBS Vila Guarani, UBS Jardim Iva e UBS Comendador José Gonzalez.

Para receber a vacina, pessoas que residem, trabalham ou estudam nessas regiões, com idade entre 3 meses e 64 anos, devem apresentar comprovante de endereço, trabalho ou de estudo. Porém, em algumas ruas, a imunização não atende toda a numeração.


A secretaria afirma que a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) vem intensificando as orientações a serem seguidas pelas quatro UBSs indicadas para reforçar as instruções da ação de vacinação, a fim de informar corretamente os moradores que procuram os serviços.

Até o momento, foram notificados 56 casos de doença meningocócica em toda a capital em 2022. Durante o mesmo período de 2019 (janeiro a setembro — ano anterior à pandemia) foram registrados 158 casos da doença, ou seja, uma redução de 64,5%. Foram nove mortes neste ano até o momento, ante 28 registradas em 2019.


Outros dois surtos registrados neste ano na capital paulista

Neste ano, outros dois surtos de meningite meningocócica foram registrados na capital paulista. O primeiro aconteceu entre os meses de janeiro e março, no Jardim São Luís, na zona leste da cidade, onde ocorreram três casos e duas pessoas morreram. No segundo, entre os meses de maio e junho, na região do Pari, zona central, foram dois casos, com um óbito.

A SMS esclarece que se considera surto da doença meningocócica quando há ocorrência de três ou mais casos do mesmo tipo em um período de 90 dias na mesma localidade.


Conforme a pasta, na região do Pari, embora tenham ocorrido menos de três casos, o episódio foi definido como surto em razão do tamanho da população local.

Cobertura vacinal do imunizante meningocócico

Na capital paulista, a cobertura vacinal do imunizante meningocócico C, até julho deste ano, é de 79,72%. A meta de vacinação preconizada pelo MS (Ministério da Saúde) e pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) é de 95%. Por isso, pais e responsáveis devem levar seus filhos para serem vacinados.

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Como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já o de meningite ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos (a vacinação foi ampliada também para adolescentes de 13 a 14 anos até junho de 2023, conforme definições do PNI).

A secretaria reforça que apenas em situações excepcionais, como a do surto localizado neste momento nos distritos de Vila Formosa e Aricanduva, os imunizantes são indicados para outras faixas etárias.

Atualmente, o município dispõe em estoque de 146 mil doses da vacina meningocócica C e 50 mil doses da vacina meningite ACWY nas UBSs da capital.

Embora a prefeitura tenha intensificado a vacinação somente na população das áreas afetadas, especialista reforça que a vacina é indicada para todos. Como na rede pública só está disponível no calendário para a imunização de crianças, adolescentes e adultos em situações especiais, além de aplicação em casos de surto da doença, outros públicos precisariam buscar a rede particular para se proteger da doença. Veja aqui mais informações sobre todas as vacinas que protegem contra a meningite na rede pública e na rede privada.

“A grande preocupação é que a meningite meningocócica pode ter evolução muito rápida para a forma grave da doença. Quando existe o aumento do número de casos, como está acontecendo agora, configurando um surto, há indicação de vacinação para pessoas da região. Mas quem puder, mesmo de outras regiões, vale a pena se vacinar e se proteger contra a doença”, afirma Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Até o momento, o Ministério da Saúde informa que em 2022 foram registrados 5.821 casos e 702 óbitos por meningite por diversas etiologias no Brasil.

A meningite é uma doença que mata e pode deixar graves sequelas, principalmente a bacteriana, que tem letalidadade em torno de 20% no país. No Brasil, o mais comum é o tipo C (que envolve 80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A, W e Y são menos frequentes. A vacinação é a forma mais eficiente para proteger contra a doença.

Os sintomas e sinais mais frequentes são: febre, dor de cabeça, vômitos rigidez da nuca, dor de cabeça, dor nas articulações, aversão à luz, podendo ocorrer o aparecimento de pequenas manchas de cor violeta na pele.

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