Presidente de comissão que apura denúncias de abuso sexual na USP pede afastamento da universidade
Médico e professor Paulo Saldiva já havia se afastado de grupo que investiga violências
São Paulo|Do R7
Paulo Saldiva, médico e professor titular da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) pediu afastamento da universidade. Saldiva presidia a comissão que investiga as denúncias de violência sexual na USP e esteve presente, na terça-feira (11), na audiência pública na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), quando alunas relataram casos de abusos sofridos em festas de alunos de medicina da universidade. Na própria terça-feira, decidiu se afastar da instituição.
Em longo texto publicado em seu Facebook no dia 12 de novembro, Saldiva explica que a decisão não ocorreu por um motivo específico, mas "foi o resultado de uma longa reflexão que se desenvolveu ao longo dos últimos anos". Segundo o depoimento do professor, "a gota a fazer transbordar o copo foi a minha atividade como presidente da comissão de violência na FMUSP. A falta de uma ação construtiva e pró-ativa da parte de todos nós, professores, fez com que os alunos da FMUSP fossem submetidos a situações inaceitáveis".
Saldiva esclarece, no entanto, não ter nada a reclamar da FMUSP. "Na verdade tudo tenho a agradecer. Minha formação, minhas melhores amizades e lembranças, o convívio com alunos brilhantes, a oportunidade de pesquisar e fazer Medicina (com M maiúsculo), enfim, grande parte do que hoje sou devo à nossa gloriosa Faculdade", diz trecho do texto.
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Durante a audiência pública realizada na Alesp, ao ser abordado pela promotora de Justiça de Direitos Humanos e Inclusão Social do MP, Paula de Figueiredo Silva, Saldiva informou que já havia deixado a presidência da comissão de violência na FMUSP.
— Fui presidente até ontem [10 de novembro]. A comissão vai iniciar uma nova fase, porque vai entregar um relatório à congregação da Faculdade de Medicina.
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