Pressão popular surte efeito e vereadores regularizam Copa do Povo
MTST celebrou aprovação com “churrascão” em frente à Câmara de São Paulo
São Paulo|Guilherme Lima, do R7
Após enfrentar pressão de manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na tarde desta segunda-feira (30), o Plano Diretor da cidade. A sessão começou às 15h e terminou duas horas depois. Dos 54 vereadores, 44 foram a favor e oito votaram contra o projeto. Também foi aprovada a regularização de um terreno de 150 mil m² na zona leste, conhecido como Copa do Povo. O texto deve ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad em um prazo de três semanas contadas a partir de quinta-feira (3), quando o Plano Diretor passará por uma nova aprovação em plenário.
Formada por mais de 3.000 famílias no bairro de Itaquera, a Copa do Povo foi incluída em um projeto de lei de 2011 sobre edificações subutilizadas. Para o vereador Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor Estratégico, a aprovação do texto foi positiva para toda a sociedade da cidade de São Paulo, mas feita somente depois da pressão popular.
— Você pode ver aí fora [do prédio da Câmara]. Estas pessoas estão o dia inteiro aqui e fazem isso já há algum tempo, não podemos negar que isto influenciou na aprovação do Plano Diretor.
Das 93 emendas, 44 foram aprovadas e 65 rejeitadas. Mas, para Guilherme Boulos, líder do MTST, foi o suficiente para se considerar uma conquista do movimento.
— Foi uma grande vitória não só para os trabalhadores sem teto, mas para todos os trabalhadores pobres da periferia que tiveram triplicadas o número de áreas populares na cidade. Os objetivos do MTST foram alcançados e estamos todos satisfeitos.
Após a aprovação do Plano Diretor e do projeto sobre a Copa do Povo, os integrantes do movimento celebraram na rua da Câmara com um “churrascão do povo”. Ao contrário do discurso das lideranças do MTST, a aprovação da lei que regulariza a Copa do Povo representa uma vitória parcial, ao menos por enquanto. Isso porque o projeto aprovado permite que a área receba um empreendimento do programa federal Minha Casa Minha Vida Entidades, mas não assegura ao movimento a garantia de que ele será o contemplado..
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