Prisões de SP ganham dois presos a cada hora, diz secretário

A cada 60 minutos, dois novos presos dão entrada em cadeias do Estado de São Paulo. A informação foi prestada por Lourival Gomes, secretário estadual de Administração Penitenciária, durante uma reunião nesta semana na Comissão de Segurança Pública, na Assembleia Legislativa. Atualmente, a população carcerária paulista está na casa de 208 mil detentos.

O aumento de presos no Estado vai de encontro com o que disse há dois dias o secretário Fernando Grella, da pasta de Segurança Pública. De acordo com ele, a cada mês a Polícia Militar aumenta o número de detenções, embora o índice de alguns crimes, como o latrocínio, apresente uma alta na capital e no Estado. Além da alta população de presos, Gomes falou sobre outras ações e desafios.

Uma das mais importantes diz respeito ao trabalho para impedir o uso de celulares nos presídios paulistas. De acordo com o secretário, o governo estadual está adquirindo equipamentos novos para impedir o uso dos aparelhos dentro das cadeias.

— Tivemos problemas para chegar a um sistema eficiente, mas com o apoio de técnicos da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), verificamos que é possível bloquear os celulares.

Leia mais notícias sobre São Paulo

Gomes ainda explicou que PPPs (Parcerias Público-Privadas) serão usadas para a construção de novas cadeias em São Paulo, sobretudo para atender à demanda da região metropolitana da capital. Segundo ele, as empresas parceiras do Estado terão a responsabilidade de “por localizar áreas para construção”, assim como “pela realização de concursos” para a contratação de novos agentes penitenciários.

A favor da sua gestão, o secretário disse que o índice de fugas das cadeias de São Paulo está “próximo de zero”.

Vários deputados estaduais fizeram questionamentos a Lourival Gomes. Um deles foi pedir ao secretário que apresente dados complementares, como as taxas de recuperação de detentos nas prisões estaduais, o nível de escolaridade deles e a situação socioeconômica de cada um. Os parlamentares também pediram informações adicionais sobre a atuação de uma facção criminosa que atua nas cadeias do Estado. A pasta promete apresentar parte dos dados em breve.