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Professoras são demitidas após bebê ter o rosto queimado em creche

Docentes deram três versões diferentes sobre o ferimento; caso aconteceu em Santos

São Paulo|Dinalva Fernandes, do R7

Valentina sofreu queimadura de 2º grau
Valentina sofreu queimadura de 2º grau Valentina sofreu queimadura de 2º grau

Uma bebê de 11 meses teve parte do rosto queimado dentro da Casa da Criança de Santos, no litoral de São Paulo, na última quinta-feira (13). De acordo com a garçonete Thalita Garcia Sotelo, de 26 anos, mãe da menina, o médico que atendeu a criança confirmou que se trata de uma queimadura. Porém, ainda não se sabe o que causou o ferimento.

Quando chegou à creche, Thalita questionou as quatro professoras que cuidavam da menina sobre o ferimento. Elas informaram que Valentina havia sido empurrada por um amiguinho de um brinquedo e batido a boca. A mulher levou a filha a um pronto-socorro da cidade, onde foi constatado que ela havia sofrido uma queimadura de 2º grau.

Naquele dia, as quatro professoras se dividiam entre os cuidados de oito crianças. Normalmente, são 18 bebês na sala, mas, como era o dia seguinte ao Dia das Crianças, alguns alunos faltaram.

Segundo Thalita, ela procurou a direção da creche para saber o que de fato tinha acontecido, mas não obteve sucesso. As professoras deram três versões diferentes. Elas haviam sido contratadas há poucos meses.

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— No início, as professoras falaram a mesma história e que colocaram gelo na ferida. Só que o médico disse que é impossível [aquela] queimadura ser de gelo. Depois, falaram que ela estava dormindo e acordou daquele jeito. Depois, falaram que era picada de bicho.

Como as professoras não disseram o que realmente aconteceu, só restam especulações. Thalita foi informada pelo médico que atendeu a bebê de que, provavelmente, a queimadura foi provocada por alimento quente, aquecido a mais de 100º C.

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A suspeita de maus-tratos é antiga. Em certa ocasião, Valentina chegou em casa com hematomas na cabeça. Além disso, Thalita já ouviu diversos boatos de crianças machucadas na instituição.

— Eles não colocam touca nas crianças [porque toda a roupa] fica na bolsa. Nesse dia, eles a entregaram de touca. Mas teve também outros casos, como de uma criança que quebrou o braço.

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Há umas semanas, Thalita notou mudança no comportamento da filha. A menina risonha e carinhosa passou a chorar com facilidade. Na época, as professoras diziam que Valentina estava muito mimada.

— Ela estava sentida e chorava fácil. A gente pensava que ela estava manhosa. Mas agora eu penso se elas já não estavam judiando dela.

A diretora da creche demitiu as quatro professoras após o ocorrido. Mesmo assim, Thalita tem medo de deixar a filha novamente na instituição. Desde sexta-feira (14), Valentina está sob cuidados do avô e da tia. Agora, a garçonete, que é mãe de quatro crianças, procura vaga em outra escola.

— A creche me pediu uma segunda chance, mas não dá mais. Eu estou correndo atrás de uma vaga, mas falam que por ser fim de ano é mais difícil. Já liguei em todas as escolas e nada. E não tenho como deixar de trabalhar para ficar com os meus filhos em casa.

Procurada pelo R7, a prefeitura de Santos afirmou que a responsabilidade sobre o caso é da instituição, pois ela é independente e não pertence à prefeitura. A diretoria da Casa disse que está dando todo o suporte e apoio à criança e sua família e que vai aguardar o posicionamento da Justiça sobre o assunto. Além disso, confirmou que os funcionários foram demitidos.

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