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Quase 50% de crianças não conseguiram creche, diz relatório de desigualdade em SP

Foi constatado que os bairros da zona sul tem o maior e menor índice de homicídio de jovens

São Paulo|Do R7

Vista aérea da favela de Paraisópolis, e ao fundo, o bairro Morumbi - considerado um dos mais nobres da capital paulista
Vista aérea da favela de Paraisópolis, e ao fundo, o bairro Morumbi - considerado um dos mais nobres da capital paulista Vista aérea da favela de Paraisópolis, e ao fundo, o bairro Morumbi - considerado um dos mais nobres da capital paulista

A organização não-governamental, Rede Nossa São Paulo, lançou nesta terça-feira (19) o mapa da desigualdade na capital paulista. Entre os dados, foi constatado que os bairros com maior e menor índices de homicídio de jovens estão na mesma região: a zona sul de São Paulo.

Os aparelhos culturais estão concentrados no centro da cidade e a diferença é brutal em comparação com bairros periféricos, como São Mateus, na zona leste, onde o índice de cultura é nulo.

Confira a nota publicada pelo grupo:

"A principal questão na cidade é a desigualdade social, todos os demais problemas decorrem daí." Essa é avaliação feita pelo coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, no evento de lançamento da versão atualizada do Mapa da Desigualdade na capital paulista, ocorrido nessa terça-feira (19), no Sesc Consolação.

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Para ele, os dados do Mapa da Desigualdade em São Paulo representam "uma vergonha para a cidade, uma mancha para todos os paulistanos".

Os números que indignaram Grajew foram apresentados por Maurício Broinizi, coordenador executivo da rede, que fez uma breve explanação sobre os indicadores levantados pelo estudo.

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De acordo com o Mapa da Desigualdade, o índice de centros culturais, casas e espaços de cultura, por grupo de 10 mil habitantes, é de 3,62 no distrito da Sé (o melhor indicador da cidade). No Sacomã é de apenas 0,040 e, para piorar, em São Mateus e outros 59 distritos o índice é zero.

Outro exemplo do abismo social entre as diversas regiões da cidade apontado pelo estudo é o índice de gravidez na adolescência - porcentagem de nascidos vivos cujas mães tinham 19 anos ou menos, sobre o total de nascidos vivos de mães residentes. No distrito de Marsilac, extremo sul da capital paulista, esse indicador é de 26,21. Já em Moema, região nobre da cidade, o índice é de apenas 0,585, ou seja, 45,45 vezes menor.

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Em relação ao meio ambiente, os dados revelam que o total de área verde por habitante é 441,85 vezes maior em Parelheiros (o melhor índice) do que na Cidade Ademar (o pior).

Maurício Broinizi apresentou também os distritos com indicador zero em diversos itens analisados, como leitos hospitalares, teatros e acervos de livros para adultos e infanto-juvenis.

O coordenador executivo da Rede chamou a atenção para o percentual de crianças que em 2014 não conseguiram vagas em creche (45%.) "Temos aqui um enorme déficit e um desafio que a cidade precisa enfrentar de forma urgente, que é colocar nossas crianças na educação infantil", defendeu.

Antes de passar à palavra ao secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, solicitou ao representante da administração municipal que falasse com os demais secretários que é preciso tirar os zeros da cidade, apontados pelo estudo apresentado. "Não tem coisa mais importante do que reduzir as desigualdades em São Paulo", reinterou Grajew.

Em resposta, o secretário afirmou que tem total afinidade com o propósito da Rede Nossa São Paulo e lembrou de sua luta pela implantação da Renda Básica de Cidadania para todos os brasileiros.

Quanto aos dados do Mapa da Desigualdade, Suplicy se disse preocupado com o aumento da quantidade de pessoas que residem em domicílios localizados em favela. "Esse número vem crescendo, em que pese a redução da desigualdade", avaliou.

Ele se comprometeu a levar os dados para a administração municipal, em especial, para o prefeito Fernando Haddad.

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