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Reação violenta da PM em ato mostra fragilidade do Estado, diz especialista

Professor acredita que políticos deveriam se aproximar mais dos manifestantes

São Paulo|Giorgia Cavicchioli, do R7

Protesto da última terça-feira (12) acabou em confusão
Protesto da última terça-feira (12) acabou em confusão

Na última terça-feira (12), o ato contra o aumento da passagem do transporte público em São Paulo foi reprimido antes mesmo de começar. Policiais presentes na avenida Paulista, onde acontecia a concentração, bateram em manifestantes, atiraram com balas de borracha e lançaram uma bomba de gás a cada sete segundos para dispersar os manifestantes. De acordo com o professor da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo) Paulo Silvino Ribeiro, a reação mostra a fragilidade política dos governantes.

— Isso acontece quando o Estado se sente frágil. Quando ele é frágil, ele é violento. Quando ele não sabe dialogar, vai pela força. Eles [governador e prefeito] estão assinando um termo de incompetência em dialogar com a sociedade.

De acordo com o especialista, os políticos deveriam se aproximar dos manifestantes para levantar as demandas da população. Além disso, ele diz que é preciso que o Estado reconheça que errou durante os últimos atos.

— Essa reação é um exagero e uma truculência. O Estado tem exercido seu direito de força de maneira exagerada. O fato é que as bombas geram um mal. Elas não só geram o mal físico, mas é uma afronta a democracia.


Porém, ele destaca que o fato de o MPL (Movimento Passe Livre) não ter comparecido à reunião marcada para dialogar com a Secretaria de Segurança Pública e com o Ministério Público sobre a organização dos protestos foi “ruim”.

— O MPL tem que ir. Não ir é ruim. Precisa dialogar e vencer o Estado pelo cansaço.


Para ele, essa seria uma boa oportunidade de o movimento mostrar suas demandas e ser mais provocativo em relação ao governo. Mesmo assim, o especialista diz que as manifestações não podem virar um grande “desfile de 7 de setembro”. Ribeiro afirma que combinar com a polícia como será feito o protesto e qual será o trajeto usado faz com que tudo perca o sentido.

— Se eu combino, ela [manifestação] perde o sentido. O sentido dela é causar mal-estar. Vão querer abrir o Anhembi para a gente fazer manifestação lá? A manifestação tem que ser provocativa.


Ribeiro diz ainda que, como grupo armado, a polícia tem que “mensurar sua força”. Mas que, fazendo um comparativo com os outros protestos, como os de 2013, por exemplo, sente que o governo tende a recuar na decisão do aumento da tarifa.

Um novo ato está marcado para esta quinta-feira (14), às 17h. As concentrações vão ser no Largo da Batata, zona oeste, e no Theatro Municipal, região central.

Na quarta-feira (13), A SSP afirmou, por meio de nota, que “foi necessária a intervenção da Polícia Militar no protesto de terça-feira (12), na avenida Paulista, pois os manifestantes forçaram com violência o cordão de isolamento”.

Ainda de acordo com a secretaria, os manifestantes se negaram a seguir pela rua da Consolação “para seguir por vias que não estavam preparadas para a manifestação naquele momento”.

Relembre protestos de rua que derrubaram governos no mundo:

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