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Roubos, furtos e estupros crescem no 1º semestre no estado de SP; homicídios caem

Total de estupros cresceu de 5.700 para aproximadamente 6.000 no primeiro semestre, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública

São Paulo|Do R7

Viatura da Polícia Militar
Viatura da Polícia Militar

O número de roubos, furtos e estupros notificados no estado de São Paulo aumentou no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2021. Os dados atualizados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) na tarde desta segunda-feira (25) e mostram também que houve queda no número de homicídios.

O total de roubos no estado entre janeiro e junho deste ano aumentou 9,5% em relação ao primeiro semestre de 2021, saltando de 108.698 para 119.016. A tendência foi observada em quase todos os recortes do crime, entre eles o roubo de veículos e o de carga. A única diminuição se deu no roubo a bancos – o número de ocorrências caiu de dez para oito.

Os furtos tiveram aumento ainda maior no período, de 31,4% no estado. O total dessas ocorrências foi de aproximadamente 210 mil para mais de 275 mil no último ano, o que fez o índice ultrapassar os registros do período pré-pandêmico. Em 2019, por exemplo, foram 271 mil crimes desse tipo notificados pela SSP.

O total de estupros registrados também cresceu de 5.700 para aproximadamente 6.000. O aumento de 5,6% se deu principalmente na notificação de "estupro de vulnerável", quando o abuso sexual é praticado contra uma pessoa menor de 14 anos ou que apresenta alguma doença ou enfermidade que a impede de resistir ao ato.


Na contramão dessa tendência, houve diminuição de 0,2% entre os homicídios dolosos notificados no estado. Na prática, foram registradas 29 vítimas desse crime a menos em comparação com o ano passado.

Os registros dos meses anteriores já apontavam para a tendência de aumento no número de crimes contra o patrimônio em São Paulo, que começa a se aproximar dos níveis registrados antes da pandemia ou, como no caso dos furtos, a ultrapassá-los.


Isolamento

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública destacou os efeitos do período da pandemia sobre os indicadores. "Nos últimos dois anos, São Paulo viveu um período de grande isolamento social para enfrentar a pandemia do coronavírus, o que impactou diretamente a dinâmica criminal. Em 2020, a média de pessoas que permaneciam em suas casas, medida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), foi de 45%. Já em 2021, o número ficou em 42%."

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Com isso, a pasta compara os dados de 2022 com os de 2019. "No estado, todas as modalidades de roubos também recuaram. Em junho os roubos em geral e os roubos de veículos caíram 7,9% e 18,9%, respectivamente. No primeiro indicador, foi de 21.986 para 20.251; no segundo, de 3.944 para 3.200. Já no primeiro semestre a queda foi de 5,9% nos roubos em geral, que passaram de 126.528 para 119.016", declarou.


Operação

Ainda em maio, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou o início da Operação Sufoco, que visa coibir os chamados "crimes de oportunidade".

Para isso, a administração estadual quase dobrou o efetivo policial nas ruas, principalmente na capital e em regiões metropolitanas da Grande São Paulo, interior e litoral. O número passou de 5.000 para 9.700 policiais. O objetivo era "reduzir os indicadores criminais, especialmente neste período pós-pandemia, com aumento na circulação de pessoas nas ruas".

A mobilização ocorreu após casos em série de assaltos realizados por falsos motoboys na cidade. Em um deles, a vítima foi morta no Jabaquara, na zona sul. O suspeito foi preso. O governo tem destacado que a produtividade policial vem aumentando, com mais prisões. A operação é também uma aposta de Garcia diante da disputa eleitoral para o Palácio dos Bandeirantes.

Capital

A capital paulista ultrapassou o crescimento da média estadual de roubos e teve um aumento de 12,2% no índice durante este primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. A tendência foi observada em todos os recortes – veículos, carga, bancos e outros –, totalizando 68,9 mil ocorrências desse tipo entre janeiro e junho, ante 61,4 mil nos mesmos meses de 2021.

As dez delegacias que mais registraram roubos neste primeiro semestre foram: Campos Elíseos (3.618), Capão Redondo (2.686), Sé (2.099), Campo Limpo (1.785), Pinheiros (1.602), Pari (1.510), São Mateus (1.439), Jardim Herculano (1.381), Parque Santo Antonio (1.357) e Consolação (1.340).

Apesar do aumento no número de roubos, os homicídios dolosos tiveram uma diminuição mais drástica na capital, com queda superior à do estado. Enquanto o índice estadual diminuiu apenas 0,2%, o municipal caiu 17,9%, indo do total de 301 para 247 entre os primeiros semestres de 2022 e 2021. 

Já os furtos no município seguiram o parâmetro estadual e recuaram 30,6% entre janeiro e junho deste ano. Os estupros também seguiram a tendência, mas com queda menor, de 1,8% no mesmo período.

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