Secretário promete rigor na apuração de abusos praticados por PMs durante protestos em São Paulo
"Quem se desviou das suas normas e agiu abusivamente tem que responder pelo ato praticado"
São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

O secretário de segurança pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella, prometeu, neste domingo (16), que os integrantes da Polícia Militar que tiverem cometido excessos durante os atos contra o aumento das tarifas do transporte coletivo na capital paulista serão tratados com o mesmo rigor dispensado aos manifestantes flagrados provocando danos e violência.
— Estão instaurados os inquéritos. O papel da Polícia Militar é garantir a paz e a ordem. Nós não temos compromisso com o erro. Quem se desviou das suas normas e agiu abusivamente tem que responder pelo ato praticado. Pode ter certeza disso.
Pessoas que participaram do último protesto, realizado na quinta-feira (13), denunciaram abusos por parte da PM. Muitos dos relatos foram parar nas redes sociais, onde houve a divulgação de fotos e vídeos.
Não identificado
Questionado sobre o fato de alguns militares terem atuado na manifestação sem a tarjeta de identificação, o comandante-geral da PM, coronel Benedito Meira, inicialmente se mostrou surpreso.
— Sem identificação? De que tropa que eram?
Ao ouvir de jornalistas que a denúncia se referia a policiais que trabalharam nas imediações do Masp, na avenida Paulista, respondeu que nenhum integrante da corporação está autorizado a tirar a tarjeta com o nome da farda.
— A determinação é para que utilize a tarjeta de identificação. O policial que não estiver portando a tarjeta, se identificado por uma foto, por um vídeo, ele será responsabilizado administrativamente. Essa é ordem. É isso que preconiza nosso regulamento disciplinar.
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Tropa de Choque
Na sexta-feira (14), Meira declarou que a Tropa de Choque era uma reserva estratégica, empregada em caso de necessidade. Indagado neste domingo se há previsão de que ela seja utilizada no ato programado para segunda-feira, afirmou que espera que a “manifestação seja ordeira”, repetindo o discurso de Grella.
— [a expectativa]É de que não haja, em hipótese alguma, o emprego da Tropa de Choque.
Relação com a PM
O secretário Fernando Grella rebateu os rumores de uma suposta crise de relacionamento entre elle e a Polícia Militar.
— Tenho uma excelente relação com o comandante-geral, com o alto comando. Não tenho dificuldade nenhuma em definir, em conjunto, estratégias, medidas. Posso dizer com absoluta tranquilidade.
Ele tangenciou diante de alguns questionamentos dos jornalistas, como o uso, pela PM, de bombas de efeito moral com validade vencida e se a corporação se valeu de um tipo de munição que não seria ideal para ser utilizada à curta distância. Em ambos os casos, o secretário se limitou a dizer que acreditava que não seria necessário o emprego e que apostava em uma manifestação “ordeira e pacífica”.















