Sem-teto invadem quatro prédios no centro da capital
Ocupações são forma de pressão antes da primeira votação do novo Plano Diretor
São Paulo|Do R7
Pelo menos quatro prédios desocupados foram invadidos no domingo (6), pelo movimento sem-teto na região central de São Paulo. Organizadas pela FLM (Frente de Luta por Moradia), as ocupações começaram durante a madrugada, na rua Libero Badaró, altura do número 90, e na avenida Mercúrio, próximo do Mercado Municipal.
Às 7h46, a PM registrou outra ocorrência na rua do Ouvidor. Às 14h, houve entrada de outros sem-teto em um prédio na rua Xavier de Toledo. Outro edifício também teria sido invadido na rua São Francisco, na Sé, de acordo com a FLM, mas a Polícia Militar não confirmou.
Segundo a polícia, não houve confronto com os ativistas, mas alguns deles foram levados à delegacia para averiguação. A frente calcula que 500 pessoas participaram dessas invasões.
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As ocupações foram promovidas por diferentes grupos que fazem parte da FLM, entre eles o MSTC (Movimento dos Sem-Teto do Centro), coletivo Terra de Nossa Gente e MSTRU (Movimento Sem-Teto para a Reforma Urbana).
Segundo a FLM, as ocupações são uma forma de pressão antes da primeira votação do novo Plano Diretor, que deve acontecer nesta semana na Câmara Municipal. Os sem-teto querem obter a aprovação de um número maior de Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social), para assentamento de pessoas de baixa renda. O temor dos ativistas é que o mercado imobiliário impeça os avanços previstos no projeto de lei, como explica Heloísa Soares, membro da coordenação executiva da FLM.
— Além disso, estamos cobrando a desapropriação de dois edifícios no centro que já estão com o decreto de interesse social, mas que estão esperando a prefeitura fazer o depósito do valor da desapropriação.
Os prédios em questão estão localizados na rua Mauá e na avenida Prestes Maia.
A Secretaria Municipal da Habitação disse manter o diálogo com os movimentos. De acordo com a pasta, a prefeitura já mapeou 49 prédios ocupados no centro. Cinco deles foram adquiridos pela secretaria para habitação de interesse social e os outros estão em estudo de viabilidade. A pasta disse que "as ocupações prejudicam a política habitacional, que prevê a construção de 55 mil moradias até 2016".