Servidor da gestão Kassab preso por fraude milionária na prefeitura confessa corrupção
Fiscal disse que os quatro envolvidos no esquema recebiam quase R$ 1 milhão por mês
São Paulo|Do R7, com Jornal da Record
Um dos quatro servidores da Prefeitura de São Paulo suspeitos de corrupção confessou o crime. O ex-agente de fiscalização Luiz Alexandre Magalhães disse que o esquema desviava cerca de R$ 240 mil por semana.
Os quatro suspeitos presos na última quarta-feira por fraude milionária envolvendo a cúpula da Secretaria de Finanças da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) foram levados para a carceragem do 77º Distrito Policial (Santa Cecília). No início da tarde de quinta-feira (31), o agente de fiscalização foi levado para prestar depoimento e confessou o crime.
Ele disse ao Ministério Público que os quatro envolvidos no esquema recebiam em torno de R$ 1 milhão por mês. A propina de R$ 240 mil por semana era dividida entre eles, conforme explica o promotor Roberto Bodini.
— Cada um dos envolvidos recebia R$ 60 mil por semana, número que evoluiu no final do funcionamento do esquema para R$ 80 mil por semana para cada um dos envolvidos.
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Segundo as investigações, o ex-subsecretário da receita municipal Ronilson Rodrigues e outros três envolvidos teriam desviado pelo menos R$ 200 milhões. Construtoras pagavam um valor do ISS (Imposto Sobre Serviços) menor que o devido para a prefeitura. O funcionário responsável pela fiscalização cobrava propina para liberar a obra, quase sempre prédios de luxo.
Com o dinheiro da corrupção, o grupo investia em imóveis de alto padrão em várias cidades, como Santos, no litoral Paulista, e Juiz de Fora, em Minas Gerais. Alguns dos carros de luxo dos acusados também foram apreendidos.
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O prefeito Fernando Haddad disse, na quinta-feira, que pode haver outros envolvidos no esquema.
— O nosso desejo é que isso vá até o fim porque nossa intenção é recuperar esse recurso. Além disso, nós vamos chamar as empresas porque elas têm que prestar esclarecimentos de por que, em que condições que se submeteram a essa prática.
Quando ocupava o cargo de confiança na gestão Gilberto Kassab, Ronilson Bezerra Rodrigues fez uma cartilha para os subordinados. Entre as diretrizes, combater a fraude, a sonegação e a inadimplência. Hoje ele está preso suspeito de corrução.
Este não é o primeiro escândalo da gestão de Gilberto Kassab, na Prefeitura de São Paulo. Quando chefiava o setor de liberação de construções, Hussain Aref Saab cobrava propina para legalizar obras irregulares. O próprio ex-prefeito é réu em um processo que apura irregularidades na contratação da empresa Controlar, que faz a inspeção veicular na cidade.
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