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Skinheads vão a júri popular nesta semana por espancar quatro pessoas em SP 

Vítimas foram agredidas com tacos de beisebol e facadas em 2011

São Paulo|Do R7

Uma das vítimas teve o crânio perfurado até o cérebro
Uma das vítimas teve o crânio perfurado até o cérebro

Os acusados de agredir quatro pessoas em um evento que pregava o antifacismo, em 2011, na capital paulista vão a júri popular nesta terça-feira (1º). Segundo a assistente da acusação, Iolanda Aparecida Mendonça, parte dos quatro réus se declarou skinhead.

O julgamento, que começa às 13h no Fórum Criminal da Barra Funda, terá a duração de quatro dias e terá ao menos 20 testemunhas. Segundo o promotor do caso, Fernando César Bolque, a pena pela tentativa de homicídio varia de 12 a 30 anos.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, as vítimas — um rapaz na época com 19 anos; um de 31; um catador de ferro velho de 25 e um autônomo de 34 — participavam do evento “Fevereiro Antifascista” quando foram agredidos pelos acusados Raphael Luiz Dierings, Jorge Gabriel Gonzalez, Milton Gonçalves do Nascimento Junior e Rogério Moreira.

Segundo Bolque, os agressores alegaram que não conheciam as vítimas e não tinham a intenção de matar.


Em entrevista à Agência Record em 2011, uma das organizadoras do evento disse que o catador de papel, que é deficiente físico, estava próximo à área onde os shows eram realizados quando foi agredido com tacos de beisebol.

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Alguns participantes foram ajudar e acabaram sendo esfaqueados. Uma das vítimas teve um ferimento profundo no braço e a outra, uma facada na cabeça, que atravessou o crânio e atingiu o cérebro.

— Um dos agressores, quando terminou, disse que havia pego mais um macaco.


Após a agressão, os suspeitos foram encontrados no terminal Parque Dom Pedro, com uma espingarda de chumbinho, munição, dois facões, uma faca, três canivetes, um soco inglês e uma machadinha.

Um menor também foi apreendido com o grupo. Na época, ele foi encaminhado à Fundação Casa.

O evento, organizado pelo Movimento Anarcopunk de São Paulo, era uma homenagem ao adestrador de cães Edson Neris da Silva, morto em 2000 por outros supostos skinheads.

Silva foi assassinado na madrugada de 6 de fevereiro de 2000. Ele passeava de mãos dadas com seu companheiro na Praça da República quando foi atacado por um grupo de homofóbicos. Dario conseguiu escapar, mas Edson, espancado a chutes e golpes de soco-inglês, acabou morrendo em decorrência das várias hemorragias internas. A polícia deteve 18 suspeitos. Um deles foi preso.

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