Suposta gravidez psicológica vira caso de polícia em Mauá
Mulher fez exames por nove meses e no dia do parto médicos disseram que não havia bebê
São Paulo|Do Jornal da Record
Um parto, no dia 26 de dezembro de 2012, em que o bebê não apareceu, virou motivo de uma investigação policial na cidade de Mauá, na Grande São Paulo. A mãe, a ajudante de cozinha Layane Cardozo, fez todo o pré-natal durante nove meses, mas quando foi dar a luz, recebeu a notícia de que não havia bebê algum no útero.
A gestante fez todos os exames, inclusive de sangue, que comprova a gravidez. Em um ultrassom, feito dez dias antes do parto, o laudo mostrou que a menina pesava mais de 3,4 kg e tinha 42 cm. O documento foi assinado por um médico. O cartão do pré-natal também mostra a evolução do tamanho e do peso do bebê em cada uma das nove consultas.
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Em 26 de dezembro, Layane procurou a Santa Casa de Mauá com dores e sangramento. O médico disse que ela estava bem e a liberou.
— Ele falou que o bebê e o coração estavam bem, que eu podia retornar para casa.
O médico disse ainda que não tinha meios de fazer a cirurgia e que duas crianças já tinham ido a óbito naquele dia, pela manhã.
Cerca de quatro horas depois, a ajudante de cozinha voltou ao hospital com suspeita de descolamento de placenta. Ela foi levada ao centro cirúrgico e só acordou com a notícia de que não estava grávida. O marido dela, Lourival Oliveira Júnior, disse que um dos médicos falou para ele que se tratava de uma gravidez psicológica.
— Ele não tinha visto ultrassom que a gente tinha na mão. Depois que ele viu, ficou admirado e falou, “exatamente era pra eu tirar uma criança de 4,5 kg, só que eu abri ela e não tinha nada dentro dela”.
O casal ainda lembrou que a médica pediatra que acompanhou o parto chorava muito. O hospital confirmou que naquele dia foram feitos vários exames, mas disse que não vai divulgar os resultados, por enquanto. Em nota, a direção da Santa Casa de Mauá disse que durante o parto não foram identificados sinais de gravidez na paciente.
Investigação
A advogada deles, Leila Salomão, não acredita em gravidez psicológica em um estágio tão avançado.
— Até o dia do parto existia uma criança. Os documentos mostram que sim. A verdade vai ter que aparecer.
Um boletim de ocorrência foi registrado como subtração de incapaz. Funcionários do posto de saúde que fizeram o ultrassom em Layane e o médico que fez a cesariana devem prestar depoimento nos próximos dias.
A mãe desconfia que algo possa ter acontecido com o bebê enquanto ela estava na mesa de cirurgia.
— Se eles machucaram a criança, não vão querer ser culpados porque eles são médicos. E se não tinha [bebê], foi um erro médico muito grave, porque foram nove meses e vários médicos.
Assista ao vídeo:
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