Trabalho escravo é flagrado em loja famosa de departamentos
Fiscalização resgatou 37 bolivianos que trabalhavam e viviam em condições degradantes
São Paulo|Do R7, com Agência Record
Esta semana, 37 trabalhadores bolivianos foram resgatados de condições análogas à escravidão. O flagrante aconteceu em uma oficina de costura prestadora de serviço das Lojas Renner, localizada na zona norte da capital paulista. A informação é da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo.
Alojados em condições degradantes, as vítimas estavam submetidas a diversas irregularidades trabalhistas, como jornada de trabalho excessiva e exaustiva, retenção e desconto indevido de salário, servidão por dívidas. Além disso, sofriam violência psicológica, verbal e física, entre outras irregularidades.
A operação foi realizada em conjunto com o MPT (Ministério Público do Trabalho), a DPU (Defensoria Pública da União), com o apoio do Tribunal Regional do Trabalho. Os auditores fiscais do Trabalho lavraram ao todo 30 autos de infração e emitiram de 37 requerimentos de Seguro Desemprego.
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A ação possibilitou ainda o pagamento de R$ 875,8 mil em verbas rescisórias aos trabalhadores que ainda tiveram a garantia de contratação diretamente pelas indústrias de confecção fornecedores da empresa autuada (as Lojas Renner) com garantia de estabilidade de seis meses mediante acordo firmado pela Loja com o MPT e DPU.
Outro lado
Em nota, as Lojas Renner disse "não compactua e repudia a utilização de mão-de-obra irregular em qualquer etapa de produção dos itens que comercializa". A empresa informou que a irregularidade foi constatada na Oficina de Costura Letícia Paniágua Verdugues, contratada por dois fornecedores da Lojas Renner: as indústrias têxteis nacionais Kabriolli e Betilha.
A loja de departamentos explicou ainda que todos os fornecedores assinam contratos em que se comprometem a cumprir a legislação trabalhista vigente. A oficina de costura foi descredenciada pela empresa.