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Violência doméstica é comum e não torna namorado de vítima suspeito de mortes em Ferraz, diz defesa

Boliviano está preso após namorada e os quatro filhos dela serem achados mortos

São Paulo|Fernando Mellis, do R7, com Estadão Conteúdo

Polícia investiga se vazamento de gás no apartamento pode ter provocado mortes
Polícia investiga se vazamento de gás no apartamento pode ter provocado mortes

Os três boletins de ocorrência por agressão que a enfermeira Dina Vieira da Silva, de 42 anos, havia registrado contra o namorado, o boliviano Alex Quiñones Pedraza, de 33 anos, não o tornam suspeito de ter matado ela e os quatro filhos, de 7, 11, 12 e 16 anos, garante a defesa dele. Os corpos foram encontrados no apartamento da família, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, na noite da última segunda-feira (16). Os advogados João Carmosina e Marcos Wilson Ferreira Martins assumiram o caso na tarde de quinta-feira (19). Martins disse que apontar o namorado como o possível autor dos crimes é “prematuro”.

— Por enquanto, a negativa de autoria é taxativa. O fato de ele ter tido algum B.O. registrado [contra ele], com relação à desentendimento, trata-se de violência doméstica. Isso é coisa comum hoje nas famílias brasileiras e esse fato, de um desentendimento no âmbito da família, em si, no momento, é prematuro e não é elemento suficiente para justificar que ele seja um suspeito potencial de assassino.

Alex está preso temporariamente na cadeia pública de Suzano, também na Grande SP, desde o fim da noite de terça-feira. A suspeita inicial da polícia é de que ele possa ter envenenado algum alimento na casa da família. O último boletim que a vítima havia registrado contra ele, por agressão, foi há três anos. O boliviano foi quem encontrou os corpos no apartamento. Ele disse que foi ao local após tentar falar com Dina e não conseguir.

Segundo o advogado, a defesa entrou, no fim da tarde de quinta-feira, com um pedido de habeas corpus para que Alex responda em liberdade. Martins conversou com a reportagem do R7 após visitar o cliente na cadeia.


— Ele está tranquilo, consciente de que ele é inocente e confiante na defesa.

Gás


O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) investiga também se um vazamento de gás no apartamento pode ter provocado as mortes. Viviane Nascimento, ex-moradora do apartamento onde as vítimas morreram, perdeu o marido, de 23 anos, no último dia 3 de junho.

Ela disse à polícia que, ao acordar, viu o rapaz morto, na cama. Assim como a família de Dina, ele tinha vômito sobre o corpo. A mulher perdeu o bebê, no sétimo mês de gestação e chegou a passar mal.

A Polícia Civil pediu ao Instituto de Criminalística uma vistoria no apartamento para constatar se pode ter havido algum tipo de vazamento de gás. Os laudos devem sair em alguns dias. Segundo o professor de toxicologia da USP (Universidade de São Paulo) Ernani Pinto, os principais sintomas de asfixia por gás são náuseas, vômito, perda de consciência e confusão mental. 

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