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Brasil importará 4 mil médicos cubanos

Saúde|Do R7

O governo brasileiro vai importar 4 mil médicos cubanos para suprir parte das vagas do programa Mais Médicos. O primeiro grupo, de 400 profissionais, estará no Brasil já na próxima segunda-feira, 26, para participar do primeiro período de treinamento do programa e será alocado em parte das 701 cidades não colocadas como opção por nenhum médico brasileiro. Um segundo grupo virá em outubro e, até novembro, todos deverão estar trabalhando no Brasil.

O acordo para a vinda dos médicos cubanos envolve os ministérios da Saúde do Brasil e de Cuba e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), que fará o contrato com a ilha de Fidel Castro. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Brasil repassará à Organização exatamente a mesma quantia que pagará aos médicos brasileiros: R$ 10 mil por mês, mais até R$ 30 mil de custos de mudança, em um contrato total de R$ 511 milhões até fevereiro de 2014.

A diferença é que os cubanos verão uma pequena parte desse dinheiro. Todos os recursos serão entregues ao governo cubano, que fará o pagamento - em média, em outros contratos semelhantes, 30% do recebido pelo governo cubano. Padilha, no entanto, afirma que não cabe ao governo brasileiro questionar isso e que não sabe qual será o salário dos cubanos. O representante da OPAS no Brasil, Joaquín Molina, responsável direto pela negociação, também disse não saber quanto ganhariam os cubanos. "A preocupação do ministério é que esses profissionais tenham qualidade para fazer o atendimento, tenham condições de atender bem a população", afirmou o ministro, lembrando que os profissionais receberão moradia e alimentação dos municípios onde irão trabalhar.

Padilha garantiu que o acordo foi fechado nesta quarta-feira, 21, entre a OPAS e os dois ministérios e que se pode adiantar a chegada dos primeiros 400 profissionais para que pudessem participar da primeira rodada de treinamento e avaliação, de três semanas, nas oito universidades que participam do programa.


O Ministério da Saúde pediu, e teria conseguido, médicos com residência em saúde da família, que tivessem experiência internacional e em países de língua portuguesa, de preferência que tivessem atuado com o Brasil em ações no Haiti e tenham experiência também na região amazônica. "Todos eles têm residência em saúde da família, 30% têm também outras especializações e possuem, no mínimo, 16 anos de experiência", disse o ministro.

Padilha afirmou que a OPAS continua buscando outras parcerias, com outros países interessados, universidades ou organizações não governamentais. "Cuba era a possibilidade mais imediata. Eles têm experiências como essas com mais de 50 países", afirmou Joaquín Molina.


Ao contrário das inscrições individuais, os médicos cubanos não poderão escolher para que cidades serão enviados, mas irão para parte das 701 que não foram citadas, no processo de seleção do Mais Médicos, nenhuma vez, como nenhuma das seis opções possíveis para cada selecionado. Dessas, 84% são nas regiões Norte e Nordeste.

Até agora, o programa conseguiu preencher apenas 15% das 15 mil vagas pedidas pelas prefeituras de 3.511 municípios - apenas 16% deles poderão receber profissionais. Outra seleção foi aberta na segunda-feira, 19.

Lisandra Paraguassu

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