Com dúvidas nas palavras, estrangeira do Mais Médicos usa internet para buscar nome de remédios
Profissional africana diz que se sente adaptada a nova rotina no Brasil
Saúde|Do R7*
Duas semanas depois de começar a atender os pacientes em Indaiatuba, interior de São Paulo, a africana Kátia Abrantes Miranda, 61 anos, disse que foi bem recebida pelos pacientes e já se sente totalmente adaptada a sua função no Brasil. Ela é uma dos 3.000 profissionais que atuam pelo programa Mais Médicos em todo o
País. O R7 passou uma manhã a profissional no posto de saúde no Parque Indaiá e acompanhou seus atendimentos.
Em média, a africana especializada em medicina familiar atende pacientes de diversas idades e diversos problemas de saúde.
— No primeiro dia eu fui fazer uma consulta domiciliar e atendi apenas seis pessoas. Hoje eu estou com uma agenda cheia e chego a atender 20.
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A recepção da médica foi a melhor possível. Com uma semana de trabalho já observa que o diferencial do posto é o trabalho em equipe.
—Ouvi de outros médicos estrangeiros que vieram para a cidade de que a recepção não foi a mesma. Alguns médicos brasileiros não gostam do programa do governo e ainda falam de Revalida. Aqui todo mundo ajuda e trabalha para ajudar os outros.
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O PSF (Posto de Saúde Familiar) atende pacientes com problemas de hipertensão, diabetes, dores musculares entre outros e é equipada com vacinas, injeções, medicamentos e exames de coleta. Além da médica africana especializada em medicina de família, há uma ginecologista, clinico geral, pediatra e dentista.
Nome dos remédios
Apesar da boa adaptação, a médica conta que sente apenas uma dificuldade: identificar o nome correto dos remédios para prescrever.
— No exterior os medicamentos não tem nome comercial. Aqui as pessoas só o conhecem por estes nomes mais populares. Uma vez, um paciente falou em “plazil” e tive que acessar a internet para saber o que era. Quando vi que era metoclopramida até dava risada.
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Para conseguir descobrir qual o nome correto do medicamento, Katia utiliza um computador que fica em uma sala separada da dela no posto Além disso, ela conta que os funcionários do local estão sempre a postos para ajudar.
— Os médicos e enfermeiras me auxiliam e tiram dúvidas que surgem no cotidiano. Principalmente por conta dos remédios que ainda é uma grande dificuldade para mim.
Além dos nomes dos remédios, a africana conta que, apesar de ter atendido em mais de seis países da Europa, também não entende bem os receituários especiais usado para controlar a medicação de remédios tarjas pretas.
— Ainda não entendo porque temos que usar o receituário azul para ansiolíticos e antidepressivos. Em nenhum país da Europa eu vi diferença.
Recepção da comunidade
A coordenadora do posto de saúde, Tereza Barbosa, contou que ajudou a médica a se adapatar com a região e com os pacientes.
— Nosso posto chega a atender uma área com 11 mil habitantes. Com a Kátia na nossa equipe poderemos dar ainda mais assistência a comunidade, marcar consultas mais rápidas e atender casos urgentes sem deixar o paciente voltar para casa.
Preparação
Kátia se prepara para o verão. Isso porque diferente da Europa, o Brasil tem algumas doenças especificas como as viroses e a dengue.
— Nos treinamentos fomos informados sobre essas doenças e o que fazer. Acredito que essas viroses e a dengue serão as únicas coisas que eu verei aqui que eu não vi em outros países.
*Colaborou: Brunna Mariel, estagiária do R7