Crianças passam a comer melhor com aulas de alimentação saudável
Projeto incentivou 82% dos alunos a aumentarem o consumo de frutas
Saúde|Do R7
Alunos da Escola Estadual Deputado Augusto do Amaral, no Jaguaré, zona Oeste de São Paulo, mudaram seus hábitos alimentares após a introdução de um programa contínuo de orientação nutricional que tem como principal objetivo combater o sobrepeso, a obesidade e o sedentarismo. O projeto é iniciativa do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a LatinMed Editora em Saúde e com o apoio do Instituto Givaudan.
Uma vez por mês, nutricionistas do programa Meu Pratinho Saudável visitam a escola e promovem um dia inteiro de atividades lúdicas e pedagógicas para orientar as crianças e adolescentes entre 10 e 13 anos nas escolhas alimentares do dia-a-dia. A instituição de ensino foi escolhida para receber o projeto por se encontrar na área de atuação do Instituto Givaudan, que possui ainda ações de responsabilidade social.
As ações começaram no primeiro semestre de 2013, com um questionário de hábitos alimentares e avaliação nutricional. Após um ano, pesquisa com a repetição do questionário mostrou: 82% dos alunos informaram ter aumentado o consumo de frutas, 65% passaram a fracionar as refeições, 73% ampliaram a ingestão de frutas e legumes e 68% reduziram o consumo de gorduras.
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Os resultados apontaram também que 68% diminuíram a ingestão de doces, 62% reduziram o consumo de refrigerantes e 76% aumentaram a prática de atividades físicas.
Entre as atividades mensais realizadas estão gincanas, dinâmicas, montagem de pratos com alimentos em resina e jogos nos quais os alunos aprendem a “enxergar” a quantidade de gordura, sal e açúcar presentes em alimentos como salgadinho de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo e biscoitos, entre outros.
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Todos os alunos participantes passaram por aferição de peso, altura para definição do IMC (Índice de Massa Corporal) e de circunferência abdominal no início do programa. Foi constatado sobrepeso ou obesidade em 39% dos meninos e em 34% das meninas.
Depois de um ano as medições foram repetidas. Os meninos com sobrepeso ou obesidade representaram 36%. Já entre as meninas esse índice foi de 38%. Na medição de circunferência abdominal os meninos avaliados como predispostos a desenvolver doenças cardiovasculares, que representavam 44% no início do programa, passaram para 40% um ano depois. Entre as meninas o índice oscilou de 41% para 40% no período.
Segundo Elisabete Almeida, coordenadora do Meu Pratinho Saudável, “esses resultados são excelentes e eram o que esperávamos, porque a redução de peso entre crianças e jovens é um trabalho de longo prazo, como já comprovaram estudos internacionais".
— O mais importante foi o comprometimento dos alunos e a mudança progressiva dos hábitos alimentares. No final deste ano faremos nova avaliação e seguiremos com o projeto de maneira continuada.
Para a diretora da escola estadual, Rosane Molina Carvalho, “o trabalho de conscientização para uma vida mais saudável também é papel da educação".
— Em pouco tempo, crianças e adolescentes incorporam os novos hábitos e levaram para a casa as dicas que receberam na escola.
Fernanda Tricerri, do Conselho de Administração do Instituto Givaudan, diz que “educação nutricional é um dos três pilares de atuação do Instituto Givaudan, por isso apoiar o Meu Pratinho Saudável é tão significativo".
— O intuito é transforma cada criança em agente da construção de seu próprio conhecimento, para que ela fixe claramente os conceitos passados nas atividades para utilizá-los em casa e na escola, para fazer suas opções alimentares saudáveis. É um trabalho que influenciará na saúde da família como um todo.