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Mais da metade dos médicos ativos está no SUS, mas número ainda é insuficiente

Pesquisa revela que 55,5% dos profissionais estão vinculados à rede pública de saúde

Saúde|Do R7

Migração de médicos do setor privado para o público dependeria de transformações substantivas do sistema de saúde
Migração de médicos do setor privado para o público dependeria de transformações substantivas do sistema de saúde

Apesar de 55,5% dos 388.015 médicos ativos atuarem em serviços públicos municipais, estaduais e federais, o contingente ainda é insuficiente para a demanda brasileira. A conclusão é da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2: Cenários e indicadores de distribuição, desenvolvida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) em parceria com o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

Na distribuição regional, o Sudeste tem a razão mais alta, com 1,35 médico cadastrado no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) prestando serviços ao SUS por grupo de 1.000 habitantes. No Sul, há 1,21 médico na rede pública por 1.000 moradores; no Centro-Oeste, a razão é 1,13; no Nordeste, 0,83; e no Norte, 0,66. Em todos os Estados, há uma concentração maior de médicos vinculados ao SUS nas capitais em comparação com a realidade vivenciada pelos outros municípios.

Para o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, “sem uma política eficaz de presença do Estado no desenvolvimento das áreas desassistidas e sem uma política de valorização e de fixação de profissionais com ênfase nas carreiras públicas, esse quadro de desigualdade pode se acentuar, pois o mercado, e não o Estado, é que continuará a determinar a distribuição dos médicos no país”.

Brasil tem dois médicos para cada 1.000 habitantes


São Paulo tem o menor número de médicos do Sudeste

São Paulo tem o dobro de médicos da região Nordeste


Como a migração de médicos do setor privado para o público dependeria de transformações substantivas do sistema de saúde, o presidente do CFM dr. Roberto Luiz d’Avila sustenta a necessidade de planejamento.

— Sem um planejamento adequado e sem uma visão de longo prazo, a entrada destes profissionais no mercado apenas acirrará a diferença que existe atualmente. Os egressos das escolas brasileiras ou aqueles que veem do exterior encontraram as mesmas dificuldades que enfrentamos: falta de estrutura para o trabalho, ausência de uma política de recursos humanos, entre outros pontos. Podem até ficar por algum tempo, mas depois se mudarão para as capitais e os centros mais desenvolvidos em busca de expectativas.

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