Médicos de SP suspenderão atendimento aos planos de saúde na segunda-feira
Além de paralisação, profissionais vão promover campanha de doação de sangue a pacientes
Saúde|Fabiana Grillo, do R7
Médicos do Estado de São Paulo vão suspender o atendimento a planos de saúde na próxima segunda-feira (7). As consultas agendadas deverão ser reagendadas. Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e cirurgiões-dentistas também vão aderir ao movimento. A orientação é não suspender cirurgia e atendimento emergencial. A paralisação faz parte do Dia Nacional de Protesto contra os Planos de Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar.
O protesto tem como objetivo reivindicar o acesso pleno dos pacientes à assistência de qualidade, o fim das interferências das operadoras no exercício da medicina e a valorização de honorários de consultas e procedimentos.
De acordo com o presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), Florisval Meinão, a saúde vai mal no País e é o principal problema e preocupação da população.
— As pessoas se esforçam para adquirir o convênio e encontram as mesmas dificuldades do SUS [Sistema Único de Saúde]. Muitas vezes, os pacientes precisam recorrer à própria rede pública ou até ao serviço privado para não ficar sem atendimento.
Meinão acrescenta que a negativa para cirurgia é o principal motivo apontado pelos beneficiários recorrerem à Justiça contra os convênios.
Na ocasião, os médicos vão aproveitar a interrupção do atendimento para promover uma campanha de doação de sangue na sede da APM (Associação Paulista de Medicina), das 8h às 14h.
— Como os planos enfiam a faca nos pacientes e tiram o sangue nos médicos, no dia 7 vamos doar nosso sangue aos pacientes.
Em nota enviada ao R7, a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) informou que as 31 operadoras de planos de saúde vinculadas à Federação estão preparadas para garantir o atendimento aos beneficiários de seus planos. De acordo com a nota, nos últimos cinco anos, os reajustes aplicados aos honorários dos médicos pelas operadoras foi de 50%, valor que é muito superior a inflação do período, que foi de 31%.
De acordo com a Federação, o levantamento realizado pela IFHP (Federação Internacional de Planos de Saúde) revela que a média de honorários médicos paga por consulta, no Brasil, segue a média mundial, sendo superior, inclusive, aos valores adotados em países como França, Espanha e Canadá.