Médicos orientam mulheres sobre riscos do consumo de álcool na gravidez em ação na avenida Paulista
Síndrome Alcoólica Fetal não tem cura e é decorrente da ingestão de álcool durante a gestação
Saúde|Do R7
Em homenagem ao Dia das Mães, médicos do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo) e da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) vão esclarecer os riscos do consumo de álcool na gravidez, que podem provocar sequelas irreversíveis aos bebês. A ação ocorrerá no Conjunto Nacional nesta sexta-feira (12) e abordará os riscos da SAF (Síndrome Alcoólica Fetal), doença grave e que não tem cura, decorrente da ingestão de álcool durante a gestação.
No evento, serão distribuídos panfletos educativos com informações relevantes para prevenção à SAF. Durante todo o período, as mães que passarem pelo Conjunto Nacional, serão presenteadas com flores em homenagem ao Dia das Mães, comemorado no domingo (14).
A campanha #GravidezSemÁlcool alerta os brasileiros, em especial as gestantes e mulheres que desejem engravidar, sobre a SAF (Síndrome Alcoólica Fetal) e os efeitos do álcool no feto e no recém-nascido. A meta é conscientizar a população sobre os malefícios da exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica em qualquer momento da gestação. Evidências médicas demonstram que um só gole pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê.
Trata-se de uma iniciativa da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo), apoiada historicamente pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), contando também com a parceria da Sogesp, Sociedade Brasileira de Pediatria, Associação Paulista de Medicina, Academia de Medicina de São Paulo e Associação Brasileira das Mulheres Médicas.
Efeitos do álcool no recém-nascido
A SAF (Síndrome Alcoólica Fetal) é uma doença grave decorrente da ingestão de álcool durante a gestação, não tem cura e pode causar danos irreversíveis à saúde da criança. Entre os principais danos que a doença pode causar à saúde da criança estão alterações na face, malformações em órgãos como o coração, sistema musculoesquelético e articular, vértebras e rins, dificuldades na aprendizagem, problemas de motricidade, fala e memória, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, desordens auditivas, problemas de sociabilidade, problemas de saúde mental na fase adulta entre outros.
No mundo, há 1 a 3 casos por 1.000 nascidos vivos. No Brasil, não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre a SAF. Entretanto, existem números preocupantes, de universos específicos, que indicam que a questão ainda é desconhecida e negligenciada. Um estudo realizado no Hospital Cachoeirinha, com quase 2.000 futuras mamães, apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar à luz.
Não há cura para a SAF. Para atenuar os sintomas da doença, crianças diagnosticadas com SAF necessitam de atendimentos médico, psicológico e terapêutico, que se prolongarão por toda a vida. Não há níveis seguros de ingestão de álcool durante a gravidez. Portanto, a gestante deve optar por tolerância zero em relação à bebida alcoólica.
Projeto de lei
O Cremesp e a SPSP, com o Ministério Público de São Paulo, preparam um projeto de Lei para apresentar à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), que prevê que bares, restaurantes, mercados, entre outros estabelecimentos, divulguem sobre os riscos da SAF, afixando cartazes sobre o tema. “É um compromisso nosso com a população, com as gestantes e com as nossas crianças”, afirma Claudio Barsanti, presidente da SPSP.
— Levamos essa bandeira adiante, pois pretendemos sensibilizar o poder público a tomar ações efetivas de esclarecimento e conscientização da sociedade. Falamos de um mal 100% passível de prevenção. Então, todos devem fazer sua parte.
O presidente do Cremesp, Mauro Aranha, destaca que devido ao não estabelecimento de quantidade segura de álcool durante a gravidez, vários colegiados de especialistas do mundo recomendam que gestantes, e mesmo as mulheres que planejam a gravidez, não consumam bebidas alcoólicas.
— Dessa forma, muito pode ser feito se as instituições desenvolverem uma proposta conjunta sobre ações de enfrentamento da doença.
Serviço
Ação de Dia das Mães – Combate à Síndrome Alcoólica Fetal
#GravidezSemÁlcool – Quem ama não bebe
Data: 12/5, sexta-feira
Horário: 11h às 15h
Local: Conjunto Nacional (Piso Térreo) – Avenida Paulista, 2073.