Ministro da Saúde pede que debate com médicos ocorra com respeito e diálogo
Padilha reafirmou que a prioridade do governo é preencher as vagas com profissionais brasileiros
Saúde|Da Agência Brasil
Diante das críticas feitas por entidades médicas ao programa Mais Médicos, lançado nesta segunda-feira (8) pelo governo federal, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu que o debate sobre a questão ocorra de "forma respeitosa e com diálogo". Em protesto pelas medidas anunciadas, os profissionais prometem uma paralisação.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (9) para detalhar o programa, ele reafirmou que a prioridade do governo é preencher as vagas com profissionais brasileiros.
— Estamos deixando claro que o programa não vai tirar vagas de médicos brasileiros, pelo contrário, vai gerar mais empregos para esses profissionais. Com os investimentos de mais de R$ 7 bilhões em infraestrutura que já estão em andamento, e mais de R$ 5 bilhões previstos, serão abertos 35 mil postos de emprego nessa área no Brasil.
Médicos chamam serviço obrigatório no SUS de "absurdo" e "enganação"
Médicos cubanos perdem prioridade para trabalhar no Brasil
Padilha acrescentou que, ao avançar no tema, o governo está "enfrentando tabus", como a ideia de que sobram médicos no Brasil e que o problema é a distribuição.
— Estamos mostrando, com dados concretos, que faltam médicos no Brasil, não só na comparação com países europeus, mas com países aqui do lado, como a Argentina e o Uruguai.
Dados do ministério apontam que há no Brasil 1,8 médico por mil habitantes, enquanto na Argentina a proporção é 3,2; no Uruguai, 3,7; em Portugal, 3,9; e no Reino Unido, 2,7.
— Vamos continuar dialogando [com os profissionais], montamos um grupo de trabalho com entidades médicas, mas a questão é que faltam médicos no Brasil e a culpa não é dos médicos brasileiros. Mas o único interesse que temos que observar são as necessidades de saúde da população.