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O que explica a vontade de comer doce após as refeições?

Além do componente psicológico, a serotonina liberada com a ingestão de açúcar pode influenciar nesse desejo

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Doces costumam aumentar sensação de bem-estar e felicidade
Doces costumam aumentar sensação de bem-estar e felicidade Doces costumam aumentar sensação de bem-estar e felicidade

Se você é daqueles que terminam de comer e já estão de olho na sobremesa, saiba que esse é um hábito muito comum, em especial aqui no Brasil. Culturalmente, nossas refeições sempre terminam com algo doce.

Entretanto, algumas explicações fisiológicas são plausíveis para justificar essa vontade de açúcar.

A serotonina – neurotransmissor que regula uma série de funções no corpo, inclusive o humor e os movimentos do estômago e intestino – é produzida também com a ingestão de carboidratos, especialmente doces, explica o médico José Antônio Miguel Marcondes, cocoordenador do Centro de Diabetes do Hospital Sírio-Libanês.

Segundo o especialista, uma vez que nosso corpo queima serotonina durante o processo digestivo, devido ao uso nos movimentos digestivos, existe a necessidade de sua reposição.

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Os doces, por sua vez, liberam um aminoácido necessário para a produção de serotonina: o triptofano.

"Quando começamos a comer, o cérebro emite um sinal no sentido de aumentar a quantidade de serotonina. O nosso corpo precisa do triptofano para produzir serotonina, e os carboidratos são ricos em triptofano. Dos carboidratos, os absorvidos mais rapidamente são os doces. Parece que o cérebro emite um sinal no sentido de procurarmos esses alimentos para repor o estoque de serotonina." 

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Além disso, a serotonina aumenta a sensação de bem-estar, tranquilidade e felicidade, o que faz com que a experiência de uma refeição seja, para muitos, mais prazerosa com esse empurrãozinho dos doces.

O médico nutrólogo Daniel Magnoni, presidente do Imen (Instituto de Metabolismo e Nutrição), por sua vez, diz que não há evidências científicas de que precisamos de doces após as refeições.

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Para ele, a principal razão é psicológica, mas também há uma busca por contrapor elementos gustativos em alguns casos.

"Se há uma ocupação das papilas gustativas com sal, com comidas mais secas, isso pede mais hidratação. Então, a pessoa pode sentir vontade de mais água e mais doce à medida que [a comida] tenha alta dosagem de sal e pouca hidratação."

Fugindo das armadilhas

O açúcar tem um potencial de vício semelhante ao da cocaína, o que faz com que sociedades médicas recomendem o consumo moderado.

Dessa forma, é preciso estar atento para que sobremesas com excesso de açúcar não virem um hábito ou até um exagero.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que não se ultrapasse a ingestão de 25 g de açúcar por dia. Todavia, estima-se que no Brasil esse consumo seja de mais de 50 g, em média.

Uma das recomendações de Marcondes é seguir uma dieta equilibrada que inclua alimentos ricos em triptofano, mas não necessariamente doces.

Alguns deles são:

• ovos;

• leite;

• frango e peru;

• oleaginosas (especialmente amendoim);

• aveia;

• chocolate com alto teor de cacau (acima de 70%), em pequenas quantidades;

• frutas (com destaque para a banana).

"Se você introduz esses alimentos na refeição, um arroz integral, por exemplo, e uma fruta como a banana na sobremesa, de certa forma satisfaz esse mecanismo. Não necessariamente você precisa comer um doce, o que pode ser um problema."

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