OMS faz apelo mundial por vacina contra ebola
Entidade reuniu em Genebra os 200 maiores especialistas no ebola para discutir tratamentos
Saúde|Do R7
Os testes de segurança da primeira vacina contra o ebola começam a ser realizados pela GlaxoSmithKline e, diante de uma epidemia que não dá sinais de perder força, a OMS (Organização Mundial da Saúde) faz um apelo às empresas do setor farmacêutico e agências regulatórias para que apressem o desenvolvimento e aprovação de remédios para lidar com o vírus.
Nesta quinta-feira (4), a entidade reuniu em Genebra os 200 maiores especialistas no ebola e selecionou dez novos tratamentos que podem ser usados para frear a doença como candidatos para investimentos. Mas alertou que, se os investimentos não forem incrementados, muita gente ainda morrerá, antes de remédios e vacinas estarem disponíveis.
No total, a OMS selecionou oito remédios e duas vacinas que estão sendo testadas e começam a dar sinais de que podem ser parte de uma resposta global ao problema. Segundo Marie-Paule Kieny, vice-diretora da OMS, a meta do encontro desta semana entre os especialistas é o de concentrar esforços em alguns remédios com maior potencial e acertar um compromisso de que chegarão ao mercado no tempo mais curto possível. "Isso poderá fazer toda a diferença no combate à doença", declarou. A constatação da OMS é de que as medidas impostas pela entidade para frear o vírus não estão dando os resultados esperados e, nas últimas semanas, a proliferação ganhou um ritmo inédito.
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A grande aposta, portanto, é no desenvolvimento de vacinas, até como uma alternativa ainda mais viável que a produção em grande escala de remédios experimentais para pacientes que já foram infectados. Segundo a OMS, a GlaxoSmithKline vai iniciar nesta semana os testes de segurança de uma de suas vacinas.
Outros testes pela NewLink Genetics Corp estão agendados para o fim do ano e a empresa informou à OMS nesta quinta-feira que a agência reguladora americana já deu sinal verde para que teste de forma experimental a vacina em humanos. Já a Johnson & Johnson antecipou testes clínicos de 2016 para 2015 de uma nova vacina.
Tratamento
A OMS ainda pré-selecionou oito tratamentos que poderiam ser desenvolvidos, entre eles o remédio ZMapp, produzido nos Estados Unidos e já utilizado no atual surto. Para a entidade, a eficiência do remédio ainda é "incerta" e incrementar sua produção enfrenta sérios limites. Até o fim do ano, o melhor dos cenários é a produção de algumas centenas de doses apenas, insuficiente para a previsão da OMS de que 20 mil pessoas podem ser infectadas até 2015.
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Não por acaso, a OMS fez um apelo aos cientistas, governos e empresas para que acelerem produção, testes e aprovações de novos remédios. "Acelerar o desenvolvimento de terapias e vacinas exige esforço global", admitiu a entidade.
A OMS também pediu que a decisão sobre quais remédios e vacinas receberão maior atenção seja "transparente" e os governos africanos sejam consultados. O vírus ebola foi descoberto em 1976. Mas os trabalhos científicos e a ação do setor privado para desenvolver remédios acabaram praticamente abandonados. O principal motivo? Não havia mercado.