Uma pesquisa realizada no Brasil mostra que quase 96% dos vídeos publicados no YouTube sobre as doenças do coração trazem informações incorretas. Os dados do estudo serão divulgados nesta quinta-feira (4) durante o 30º Congresso de Cardiologia da Socerj (Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro), no Centro de Convenções Sul América. De acordo com a autora da pesquisa, Nathália Monerat, dos 1.152 vídeos analisados, apenas 50 (4,3%) apresentavam o conteúdo correto. A análise foi feita em seis meses sob orientação do cardiologista Jader Azevedo. Para selecionar os vídeos, ela também avaliou os recursos audiovisuais (slides e imagens em 3D), a graduação do autor, além do direcionamento do vídeo, ou seja, se ele foi feito por produção acadêmica ou de forma independente. — Vi erros conceituais, de tratamentos [médicos] e nas fontes bibliográficas. Muitas vezes, a informação não condizia com o que está sendo procurado.Cochilada pode ajudar saúde do coração e evitar infartoCientistas descobrem molécula que pode regenerar coraçãoCientistas usam vírus para criar 'marca-passo biológico' Entre os temas mais buscados pelos internautas, os de arritmia cardíaca (alterações dos batimentos cardíacos) eram os que tinham mais erros, seguido de hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. A ideia deste estudo surgiu a partir de outro trabalho feito durante a sua graduação no Centro Universitário de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Segundo Nathália, uma das graves consequências de assistir a vídeos incorretos é fazer a pessoa deixar de acreditar em seu médico para seguir orientações da internet. — Dependendo da gravidade da doença, essa atitude poderá prejudicá-lo.Fuja das ciladas da internet Apesar de a internet oferecer boas informações para o internauta, a pesquisadora ressalta que é muito importante que se verifique a qualidade das fontes utilizadas para produção do vídeo, além da formação profissional do autor. A credibilidade da informação dependerá de como e aonde o usuário da internet buscar. — No caso de saúde, os sites de hospitais e sociedades brasileiras, como a Socerj, são fontes adequadas, pois apresentam notícias, pesquisas e artigos científicos com melhor embasamento teórico e mais atualizados. *Camila Savioli, estagiária do R7