Ser portador de HIV não significa ter Aids. Entenda
Vírus leva até 10 anos para apresentar sintomas e atacar o organismo
Saúde|Do R7*
Há muitos que entendem que HIV e Aids são apenas dois nomes diferentes para a mesma doença. Recentemente, o ator Charles Sheen declarou ser portador do vírus HIV, mas afirmou que não apresenta sintomas da Aids. Mas afinal, qual a diferença entre as duas?
De acordo com a imunologista holandesa, especialista em Aids, Irene Adams, que trabalha no Brasil há quase 30 anos, o HIV é o vírus, que ataca o sistema imunológico do organismo e pode provocar a Aids, que é a doença. A médica explica que, se descoberto no começo e feito o tratamento adequado, a pessoa que porta o vírus pode não apresentar sintoma algum. Ou seja, nem todo portador do vírus apresentará sintomas doença, mas há o risco dela se manifestar.
— O vírus pode levar até dez anos para apresentar algum sintoma, por isso, há muita gente que nem sabe que é portador do vírus e pode acabar transmitindo. Quando a pessoa descobre o vírus cedo, fica mais fácil de controlar.
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Apesar de não apresentar sintomas, Irene ressalta que o portador do vírus poderá ransmitir o HIV a qualquer outra pessoa, alerta Irene.
— Não é porque não apresenta sintomas que não vai transmitir. Por isso, é essencial o diagnóstico precoce para o tratamento e a diminuição das chances de transmissão.
Cura para a Aids?
Para a imunologista, a cura da Aids ainda está distante, mas muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para ampliar as possibilidades de tratamento.
— Atualmente, todos os medicamentos controlam o vírus para que ele não se multiplique no organismo, mas se a pessoa parar de tomar o remédio o vírus volta se multiplicar e ataca o sistema imunológico cada vez com mais força.
Segundo ela, já se estuda um medicamento que ataca o vírus diretamente para diminuir sua concentração no sangue do infectado e, assim, não se manifestar no corpo.
— A ideia é que até 2030 não tenhamos novos casos de Aids no mundo. Essas pesquisas podem fazer com que os portadores cheguem a uma concentração tão baixa que não transmitam mais o vírus a nenhuma outra pessoa, seja por sangue, por seringa compartilhada, por ato sexual, ou de uma mãe grávida para o bebê.
*Colaborou: Brenno Souza, estagiário do R7