Vacina de R$ 1.000 contra HPV poderá ser oferecida pelo SUS
Especialistas opinam sobre lei que vai beneficiar meninas entre 9 e 13 anos
Saúde|Fabiana Grillo, do R7
Foi aprovado hoje (12), na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, o projeto de lei que prevê o direito de meninas entre nove e 13 anos receber gratuitamente a vacina contra o HPV (papilomavírus humano) na rede pública de saúde. Atualmente, a vacina é vendida na rede privada por cerca de R$ 1.000 (três doses).
Para a ginecologista Dra. Neila Maria de Gois Speck, professora afiliada do departamento de Ginecologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e membro da diretoria da Associação Brasileira de Patologias e Trato Genital Inferior, essa será uma grande vitória para a população brasileira.
— É importantíssimo o SUS oferecer a vacina, mesmo que para esta pequena faixa etária, porque o câncer de colo de útero, na maioria das vezes decorrente da infecção por HPV, é a segunda causa de morte entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama.
O oncologista Dr. Luiz Paulo Kowalski, diretor do núcleo de Cabeça e Pescoço do Hospital A.C. Camargo, concorda com a ginecologista e lembra que o vírus também pode ser transmitido por sexo oral. Dessa forma, a vacina será eficaz na prevenção dos cânceres de boca e garganta.
— Já temos provas suficientes de que a vacina funciona e que é mais barato prevenir do que tratar. Além disso, a doença pode afastar o indivíduo do trabalho, desencadear sequelas que também vão precisar de tratamento e, dependendo do caso, ele não consegue mais exercer suas atividades, gerando um ônus enorme para a sociedade.
O médico também chama a atenção para a importância da população masculina receber a vacina, já que o homem acaba infectando a mulher.
— Embora menos prevalente, o HPV pode atingir o sexo masculino e evoluir para câncer de pênis, ânus, reto e boca. Em países desenvolvidos, a vacinação foi estendida para o homem porque os dois sexos precisam de proteção.
Agora, o projeto de lei segue para análise da Câmara dos Deputados e, se aprovado, vai para a sanção da presidente Dilma Rousseff.