Abandonar redes sociais não resolve problema da exposição de dados na internet

Vários tipos de informação são compartilhados na web, principalmente pelas redes sociais. O que muitos se esquecem é de que os dados que espalhamos por aí nem sempre são usados para o bem. Alguns até se cansam da exposição e decidem deixar definitivamente a vida virtual, mas será que vale a pena?

Para o especialista em sistema de informação e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Vivaldo Breternitz é uma característica do brasileiro se expor demais na internet porque temos tendência à “boa fé”.

— Nos expomos demais na internet. Principalmente os jovens, que têm uma tendência ao exibicionismo.

O professor explica que o problema envolve educação e enfatiza a importância de conscientizar os internautas dos perigos que existem em compartilhar informações, principalmente, as pessoais.

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Adianta fugir?

As redes sociais são um paraíso para empresas coletoras de dados. Existem até softwares que conseguem traçar um perfil claro do usuário baseado apenas no que ele curte no Facebook. Os dados podem ser usados não só pela publicidade, mas também para interesses políticos e criminosos.

— Dizem que esse tipo de ferramenta foi muito usada na reeleição do presidente Barack Obama. Não podemos checar esse tipo de informação, mas correm rumores.

Para ele, entretanto, excluir o perfil das redes sociais é uma atitude muito radical e também ineficiente. Breternitz explica que é difícil apagar uma informação que já foi postada na rede, pois ela pode ter sido salva por alguém e até compartilhada em outras redes sociais.

Ele também lembra que as redes sociais estão se tornando ferramentas importantes de trabalho e estudo. Em algumas empresas, até o uso do e-mail está sendo substituído pelo Facebook.

— O que temos que fazer é evitar a exposição excessiva, revelar apenas o que for expressamente necessário, não ficar compartilhando fotos e lugares aonde vamos e nem postando opiniões políticas e religiosas. Isso pode ser prejudicial no futuro e o que vai para a rede não sai mais.

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Fora das redes

A estudante de jornalismo Roberta Lemgruber Vilela foi uma das que resolveram abrir mão da vida nas redes sociais mesmo sabendo o que perderia.

Roberta explica que já havia excluído o perfil em 2012, mas acabou voltando atrás. Em janeiro deste ano, a decisão foi definitiva e ela sente as consequências de estar fora das redes.

— Comecei a me cansar. Estava muito acostumada com isso. Gastava muito tempo no Facebook lendo muitas coisas inúteis e fuçando a vida alheia, se desgastando. De repente, você vê que é uma perda de tempo estar lá.

Apesar de não ter perdido o contato com os amigos, ela diz que perde informações importantes de grupos fechados da faculdade e eventos que costumam ser marcados pelo Facebook. Ela diz que também ficou difícil ficar por dentro dos “burburinhos”.

* Colaborou Amanda Martins, estagiária do R7