Água em Lua de Júpiter, viagem para Marte e ondas gravitacionais: os destaques do ano da astronomia
Marte parece um destino cada vez mais próximo para a humanidade
Tecnologia e Ciência|Do R7, com agências internacionais
Os seres humanos começaram a olhar para o espaço com mais do que admiração em 2016. O ano foi marcante em diversos sentidos para o campo da astronomia: hipóteses antigas foram confirmadas e os cientistas ganharam aliados importantes para transformar outros lugares do Sistema Solar em futuras casas para a humanidade.
Próxima parada: Marte
Lugar comum na ficção, Marte parece um destino cada vez mais próximo para a humanidade. O planeta se tornou mais atraente para a vida humana após a descoberta de evidências de água em estado líquido em Marte. Em 2016, diversas notícias marcaram essa busca pela colonização do planeta vizinho. Uma das mentes por trás dessa ideia ambiciosa é o empreendedor bilionário Elon Musk, dono da companhia de foguetes SpaceX. A empresa vem ganhando destaque no noticiário por conta de seus testes com o lançamento e retorno - até a SpaceX entrar no mercado, não era possível reaproveitar esse tipo de transporte espacial.
Com um foguete gigante, acoplado a uma espaçonave maior ainda - que juntos alcançam 122 metros de altura e têm a capacidade de carregar 100 passageiros - Musk pretende acredita que será possível levar os primeiros exploradores até Marte. De acordo com Musk, há a possibilidade de que a primeira dessas viagens seja realizada em 100 anos.
— Temos duas possibilidades para o futuro. Uma é ficarmos para sempre na Terra e, em algum momento, um evento de extinção vai ocorrer. Outra é que nos tornemos uma civilização multiplanetária.
A empresa publicou no YouTube um vídeo em que mostra propostas para um novo tipo de foguete e uma nave interplanetária. Confira!
Musk não está sozinho em sua empreitada. A agência espacial norte-americana também tem planos para uma missão tripulada por seres humanos para o planeta vermelho. Ao que tudo indica, o alimento mais possível para os humanos consumirem no planeta é mesmo a batata, assim como o indica o filme Perdido em Marte.
Em conjunto com o Centro Internacional da Batata (CIP, na sigla em inglês) está fazendo experimentos para descobrir como se desenvolveriam os tubérculos peruanos em solo marciano. O alimento é o terceiro mais consumido no planeta e está presente em várias as culturas do planeta.
Ainda como parte da preparação para uma futura missão até Marte, o astronauta Scott Kelly regressou à Terra após passar 340 dias no espaço. A missão de Kelly tem objetivo de estudar a possibilidade de missões mais longas rumo ao planeta vermelho. Durante o período no espaço, na missão intitulada One Year Mission, Kelly e o astronauta russo Mikhail Kornienko foram submetidos a diversos testes físicos e psicológicos para descobrir os efeitos da microgravidade no corpo humano.
Durante esse tempo, Kelly ficou bastante famoso nas redes sociais por postar imagens bastante interessantes sobre a vida de um astronauta, confira:
Água em Europa
Um outro astro que capturou a atenção dos seres humanos foi a lua Europa, que orbita o planeta Júpiter. Em uma conferência para imprensa, a agência mostra que a lua gelada do maior planeta do Sistema Solar teria condições de abrigar vida.
Os resultados de atividade surpreendente na superfície da lua foram obtidos com base em imagens do Telescópio Espacial Hubble. A campanha de observação da lua combinou esforços de diferentes cientistas. A agência anunciou a presença de um oceano subsuperficial em Europa, o que confirma uma possibilidade levantada por imagens do telescópio desde 2013.
Ainda no nosso Sistema Solar, surgiu a possibilidade de que exista um novo planeta. Desde o rebaixamento de Plutão, o Sistema Solar passou de nove para oito planetas. No entanto, a suposta existência de um novo planeta gigante pode fazer com que o número de planetas volte a ser o que se pensava.
Em um estudo publicado no periódico Astronomical Journal, cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) dizem terem encontrado "evidências sólidas" de um nono planeta, com órbita estranhamente alongada para este tipo de corpo celeste, na periferia do Sistema Solar.
Apelidado de "Planeta Nove", o suposto novo corpo celeste ainda não foi visto, ou seja, então não é possível ter certeza de sua existência.
Saiba mais sobre Europa
Einstein estava certo
O ano ainda foi marcado pela confirmação de que o físico Albert Einstein estava certo há mais de um século. Em janeiro, cientistas anunciaram a identificação, pela primeira vez, de ondas gravitacionais, ondulações no espaço e no tempo, antecipadas hipoteticamente por Einstein. A descoberta é marcante, pois abre uma nova janela para o estudo do cosmos.
Os pesquisadores disseram ter detectado ondas gravitacionais oriundas de uma colisão entre dois buracos negros - objetos extraordinariamente densos cuja existência também foi prevista por Einstein - de 30 vezes a massa do Sol, ocorrida a 1,3 bilhão de anos-luz da Terra.
O estudo Observation of Gravitational Waves from Binary Black Hole Merger (Observação de ondas gravitacionais de uma fusão binária de Buracos Negros, em tradução livre) foi aceito e publicado pela revista científica Physical Review Letters. O projeto Ligo (Observatório Interferométrico de Ondas Gravitacionais, na sigla em inglês) responsável pela descoberta conta com a participação de cientistas brasileiros de um grupo do Instituto de Física Teórica da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e outro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Quatro pontos para entender a descoberta que confirma a teoria de Einstein
Busca de vida alienígena e sucesso no YouTube
O ano também foi marcado por empreitadas no sentido da descoberta de vida alienígena. Algumas das personalidades interessadas em encontrar vida fora da Terra são o gênio Stephen Hawking, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg e o bilionário russo Yuri Milner. A ideia dos três envolve um plano ambicioso de buscar vida extraterrestre. A iniciativa está sendo classificada como "a maior da história". Saiba mais sobre a iniciativa aqui.
Nem todos compartilham de uma visão amistosa em relação ao encontro dos humanos com uma outra civilização. Por esse motivo, alguns pesquisadores sugerem que os terráquios devem criar um sistema de lasers para esconder o planeta de aliens.
Outro destaque do ano foi o canal Ciência e Astronomia, o projeto faz tanto sucesso no YouTube que até bateu a Nasa em número de expectadores do vídeo ao vivo de cobertura de uma Super Lua. Saiba mais sobre o projeto na entrevista exclusiva do R7 com o jovem divulgador científico reponsável pelo projeto, Cristian Westphal.