Saiba como funciona o exoesqueleto do projeto Andar de Novo
Traje promete fazer paraplégico andar e dar sensações ao paciente
Tecnologia e Ciência|Tiago Alcantara, do R7
Foram 17 meses de trabalho para que o projeto Andar de Novo possa ser demonstrado na próxima quinta-feira (12), em São Paulo. A ideia do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis é ambiciosa, mas possível: fazer um paraplégico dar o chute inicial na partida de abertura da Copa do Mundo. Um exoesqueleto desenvolvido por cientistas brasileiros irá ajudar o paciente a se levantar e dar o chute.
Com os olhos de todo o planeta voltados para esse momento, o projeto afirma que finalizou sua fase de testes e anunciou que concluiu seus objetivos científicos, clínicos e tecnológicos de sua primeira fase. Isso significa que os resultados serão publicados em várias revistas científicas, nos próximos meses. As próximas fases do projeto devem aprimorar a parte tecnológica do traje.
O sucesso do Andar de Novo pode significar uma conquista imensa na pesquisa de interfaces cérebro-máquina - tecnologia que permite com que o cérebro controle máquinas por meio da captação e interpretação dos sinais elétricos dos neurônios.
Ambicioso ou exagerado? Projeto Andar de Novo divide cientistas
Domínio das máquinas pode levar ao fim do mundo?
Saiba como vai funcionar o exoesqueleto que deve ser demonstrado na próxima quinta-feira.
Treinamento
Doutor em neurociência e diretor do Centro de Pesquisa Biomédica da Universidade de Victoria (Canadá), Paul Zehr, explica que a maior dificuldade na criação de um exoesqueleto era a tecnologia. Porém, com tantos avanços, o especialista prevê que o desafio será fazer com que os pacientes saibam como canalizar sua atividade cerebral para fazer com que os implantes façam o que é desejado.
— Melhores interfaces de eletrodos, processamento do sinal e interfaces robóticas mais fiéis fizeram com que essa ideia seja mais provável. Um desafio que continua é ensinar os usuários que têm implantes como mudar a atividade cerebral para que suas próteses neurais façam o que eles desejam. Não é uma questão simples realizar um implante de eletrodo que seja capaz de controlar um aparelho que não é parte do seu corpo.
O cientista canadense afirma que o treinamento para usar uma prótese controlada pelo cérebro consiste em "tentativa e erro". O usuário precisa aprender como ativar as regiões certas para ativar o equipamento.