Caixa define substitutos dos quatro vice-presidentes afastados
Michel Temer afastou os executivos após recomendação do MPF
O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, definiu nesta quarta-feira (17), os substitutos dos quatro vice-presidentes do banco afastados pelo presidente Michel Temer na quarta-feira (16).
Segundo a Caixa, os interinos vão ocupar o cargo por 30 dias. Após este período, caso haja necessidade, as designações serão de responsabilidade do Conselho de Administração do banco.
Vice-presidência do Corporativo
Entra: Luiz Gustavo Silva Portela, diretor do Banco Corporativo
Sai: Antônio Carlos Ferreira
Vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias
Entra: Valter Gonçalves Nunes, diretor de Fundos de Governo
Sai: Deusdina Pereira
Vice-presidência de Governo
Entra: Roberto Barros Barreto, diretor de serviço de Governo
Sai: Roberto Derziê de Sant Anna
Vice-presidência de Clientes, Negócios e Transformação Digital
Entra: Ademir Losekann, diretor de Clientes e Canais
Sai: José Henrique Marques
Novo Estatuto
Após o afastamento dos quatro vice-presidentes, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou que oito vice-presidentes que continuaram em seus cargos terão que passar pro uma nova avaliação técnica da parte do Conselho de Administração do banco.
— O novo estatuto da Caixa será aprovado na próxima sexta-feira e prevê que esses diretores também passem por uma nova avaliação. Já os quatro vice que foram afastados terão de apresentar suas defesas, também ao Conselho", disse Meirelles.
Perguntado se esse não seria um bom momento para que a Caixa reavaliasse sua estrutura e a necessidade de 12 vice-presidências, o ministro disse que a prioridade era o afastamento dos quatro executivos acusados pelo Ministério Público e a aprovação de um novo estatuto, mas deixou aberta a possibilidade dessa discussão no futuro.
— Em determinado momento a estrutura de comando poderá ser reavaliada pelo Conselho de Administração do banco.
Denúncias
O Ministério Público Federal enviou uma recomendação à Presidência da Caixa e ao Ministério da Casa Civil para que os 12 vice-presidentes do banco fossem afastados. O ofício, assinado em dezembro pela força-tarefa da Operação Greenfield, afirma que pelo menos quatro executivos têm ligações diretas com parlamentares presos por corrupção, como o deputado cassado Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Tanto a Caixa como o Governo Federal rejeitaram a recomendação do MPF, mas após um novo ofício, enviado na quarta-feira (17) pelo procuradores, Michel Temer determinou o afastamento dos quatro vice-presidentes que estão sendo investigados. No documento, o MPF afirmou que o presidente poderia ser responsabilizado na esfera cível por ilícitos que pudessem ser cometidos pelos executivos no banco.